O responsável pela entidade gestora da Alheira de Mirandela, Vítor Borges, criticou hoje a Autoridade para a Segurança Económica e Alimentar (ASAE) por divulgar apreensões sem ter em conta as consequências para produtos alheios às operações realizadas.
Em causa está um comunicado da ASAE divulgado a 23 de fevereiro sobre a apreensão de 12,5 toneladas de carne e derivados, no concelho de Mirandela, distrito de Bragança, alguns dos quais impróprios para consumo.
A Associação Comercial e Industrial de Mirandela, entidade gestora da alheira certificada de Mirandela, emitiu um comunicado a demarcar-se das situações relatadas e o presidente Vítor Borges contesta a divulgação das mesmas, alegando que as apreensões foram realizadas “há um mês e só agora divulgadas, a uma semana da Feira da Alheira de Mirandela”.
“A apreensão foi feita há um mês e tal numa altura em que vai ser a feira da alheira”, vincou, reclamando que “a ASAE seja mais cuidadosa na forma como divulga as notícias”.
Segundo Vítor Borges, as referidas apreensões foram realizadas num comerciante de carnes de Torre D. Chama e noutro de enchidos do Franco, que nada têm a ver com o circuito da conhecida e certificada Alheira de Mirandela, com proteção comunitária através de Indicação Geográfica Protegida (IGP)
Embora as duas localidades pertençam ao concelho de Mirandela, a entidade gestora do enchido com um peso de 30 milhões de euros por ano na economia local, contesta que a forma como as apreensões foram divulgadas “identifique uma região oito dias antes da feira” que anualmente, em março, promove este produto regional.
A Alheira de Mirandela sofreu avultadas perdas há mais de três anos quando foram detetados e divulgados casos de botulismo em enchidos e queijos de uma empresa da região também alheia ao circuito deste produto certificado.
A agência Lusa contactou a ASAE, mas até ao momento não obteve resposta.