O Gil Vicente e o Desportivo de Chaves empataram hoje a zero, no encontro que fechou a 27.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Barcelos.
Flavienses ainda marcaram na primeira parte, mas golo foi anulado por fora de jogo.
Com o quarto encontro consecutivo sem vencer, o Gil Vicente manteve-se no 13.º lugar, com 31 pontos, a 12 do 16.º lugar, ocupado pelo Marítimo, de acesso ao play-off de manutenção.
O Desportivo de Chaves, que não venceu nos dois últimos jogos, está um lugar acima dos barcelenses, com 33 pontos.
I Liga / Gil Vicente – Desportivo de Chaves (ficha)
O Gil Vicente e o Desportivo de Chaves empataram hoje 0-0, em partida da 27.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputada em Barcelos.
Jogo no Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos.
Gil Vicente – Desportivo de Chaves, 0-0.
Equipas:
- Gil Vicente: Andrew Silva, Zé Carlos, Tomás Araújo, Rúben Fernandes, Adrián Marín, Vítor Carvalho, Aburjania (Pedro Tiba, 75), Fujimoto (Bilel, 75), Murilo (Boselli, 80), Fran Navarro e Marlon (Kevin Medina, 80).
(Suplentes: Brian Araújo, Zé Carlos, Né Lopes, Bilel, Kevin Medina, Boselli, Pedro Tiba e Henrique Gomes).
Treinador: Daniel Sousa.
- Desportivo de Chaves: Paulo Vítor, Nelson Monte (João Pedro, 85), Steven Vitória, Carlos Ponck, Bruno Langa, João Mendes (Abass Issah, 85), João Teixeira, Guima, Euller (João Correia, 65), Juninho (Jô Batista, 73) e Benny (Luther Singh, 73).
(Suplentes: Rodrigo Moura, Luther Singh, Sandro Cruz, Sarr, Abass Issah, João Queirós, João Correia, João Pedro e Jô Batista).
Treinador: Vítor Campelos.
Árbitro: Manuel Mota (AF Braga).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Tomás Araújo (36) e Euller (64).
Assistência: 4.761 espetadores.
COMENTÁRIO: Gil Vicente perdulário não evita nulo frente ao Desportivo de Chaves
Gil Vicente e Desportivo de Chaves empataram hoje 0-0, em partida da 27.ª jornada da I Liga de futebol, em que os barcelenses tiveram mais protagonismo, mas sem pontaria, acabando por segurar, como consolação, a invencibilidade caseira.
Os minhotos, que repetiram o nulo da semana passada frente ao Sporting, somaram o oitavo jogo seguido sem perder no seu reduto, mantendo-se o técnico Daniel Sousa invicto, em Barcelos, desde que assumiu o comando da equipa, em novembro do ano passado.
O Desportivo de Chaves, que somou o segundo jogo em vencer, depois da derrota na ronda anterior frente ao Sporting de Braga, não fez muito para alterar essa premissa, evidenciando-se apenas numa restrita fase da etapa inicial, mas, tal como o rival, mostrando problemas na finalização.
Com este resultado, os flavienses mantêm um tranquilo 12.º lugar na classificação, agora com 33 pontos, enquanto que o Gil Vicente também não saiu da 13.ª posição, passando a ter 31.
Essa serenidade das duas equipas na tabela, até proporcionou um primeiro tempo de toada dividida, com o Gil Vicente a entrar melhor e em menos de quinze minutos a dispor de três boas chances para inaugurar o marcador, com destaque para um par de investidas de Fran Navarro, que forçou o guardião contrário a intervenções apertadas.
Os transmontanos sentiam, nesta fase inicial, dificuldades em travar o atrevimento gilista e não mostravam capacidade para responder em contra-ataque, sofrendo um enorme calafrio, já depois dos 20 minutos, quando Rúben Fernandes esboçou um passe desde o meio campo, que Paulo Vítor, displicentemente, não conseguiu suster, quase permitindo um golo caricato.
Ainda assim o susto serviu para despertar a turma visitante, que a partir de então, apostando na velocidade, sobretudo pelas alas, passou a rondar mais vezes à área contrária e criar várias situações para marcar.
Aos 28 minutos, Juninho chegou mesmo a introduzir a bola na baliza do Gil Vicente, num desvio subtil, mas viu o lance ser anulado por fora jogo, embora dando-lhe ânimo para manter a insistência.
O brasileiro, pouco depois, testou os reflexos do guardião dos barcelenses Andrew Silva, que assumiu protagonismo nesta etapa inicial, com duas excelentes defesas, repetidas, logo a seguir, com mais dois tiros de Benny e Euller.
Perante esse ascendente do adversário, o Gil Vicente, que falhava muitos passes e interceções no seu meio campo, só respondeu já em cima do intervalo numa arrancada de Marlon, culminada com um remate que saiu um pouco lado, mantendo o nulo até ao descanso.
O intervalo fez melhor aos locais, que no reatamento voltaram a surgir mais fortes, com Fran Navarro e Murilo, a falharam o alvo por muito pouco, após boas solicitações.
Já o Chaves não conseguia replicar a boa imagem da etapa inicial, e à passagem da hora de jogo, voltou a sofrer novos calafrios, num mau alívio do central Carlos Ponck, de cabeça, aos ferros da sua baliza, e com Marlon, na recarga, a obrigar Paulo Vítor a uma das defesas da noite.
A falta de pontaria dos barcelenses foi-se acentuando com o avançar do cronómetro, perante um Chaves que se foi resguardando e capitalizando a falta de discernimento dos rivais.
Ainda assim, já nos descontos, os transmontanos, numa das raras chances criadas nesta segunda etapa, quase 'gelaram' o público local, com Jô Batista a surgir em boa posição, mas, frente ao guarda-redes gilista, a rematar ao lado, fazendo o 0-0 prevalecer.
Gil Vicente – Desportivo de Chaves (declarações)
Declarações dos treinadores do Gil Vicente e do Desportivo de Chaves, Daniel Sousa e Vítor Campelos, no final da partida da 27.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou com um empate 0-0.
- Daniel Sousa (treinador do Gil Vicente):
“Merecíamos mais do que o empate. Tenho um misto de frustração e de contentamento. Estou frustrado pelo resultado, mas orgulhoso por aquilo que os jogadores colocaram em campo.
Foi uma exibição muito boa da equipa, perante um adversário que é muito forte no contra-ataque e que em alguns momentos nos causou problemas.
Estávamos precavidos para essas rápidas transições do Chaves, mas não deu para evitar tudo. Mais uma vez, deparamo-nos com um super-guarda-redes adversário a travar tudo. Tivemos algum azar na finalização.
[Sobre Fran Navarro que não marca há cinco jogos] O golo é o aspeto mais importante do jogo, mas sendo feito por apenas um jogador, surge do trabalho do coletivo, e a equipa trabalhou muito para o conseguir. O Fran não está a marcar, mas trabalha muito. É normal os pontas de lança, por vezes, passarem fases sem marcar. Não vejo falta de confiança, aparece muito no jogo e cria chances”.
- Vítor Campelos (treinador Desportivo de Chaves)
"Entrámos algo apáticos e muito pouco agressivos, mas creio que isso durou menos de meia hora. A partir daí, tomámos conta do jogo, tivemos várias oportunidades, tal como adversário também.
Foi um excelente jogo, com oportunidades de parte a parte. O Paulo Vítor fez duas boas defesas, mas o Andrew Silva fez mais. Ao cair do pano, com o Jô Batista isolado, podíamos ter garantido a vitória.
Foi jogo para terminar 2-2 ou 3-3, perante o caudal ofensivo das duas equipas. Realçar a qualidade do jogo, com as equipas a procurarem a baliza adversária. Foi um bom jogo de futebol, rico em oportunidades, quem esteve no estádio e em casa apreciou aquilo que viu.
[O guarda-redes Paulo Vítor] Tem feito uma época fantástica, regressando muito bem do problema de saúde. Foi importante como todos os outros. Olho para o coletivo e para a qualidade do jogo da equipa, que foi solidária, ligada ao jogo, a trabalhar a bola com paciência.
Mostrámos que jogamos bom futebol e de olhos postos na baliza adversária. Podíamos ter ganho no último minuto, mas é um resultado que acaba por se ajustar”.