Os ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Coesão Territorial desafiaram hoje o centro de investigação AquaValor, no Alto Tâmega, a criar uma escola da água e uma incubadora de empresas.

O desafio dos governantes surgiu na sequência da inauguração, em Chaves, no distrito de Vila Real, do Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia (CCTT) e Laboratório Colaborativo (CoLab) especializado na temática da água, AquaValor, projeto que resulta da parceria entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega e do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

“[A criação do AquaValor] Foi um passo importantíssimo e agora tem de continuar a crescer. Crescer na área do próprio laboratório com mais certificação e investigação e cada vez mais juntar-se às atividades de educação. Porque não desenvolver aqui, no futuro, uma escola da água, uma ‘aqua school’”, destacou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Manuel Heitor defendeu também que na sequência da investigação e educação deve ser criado “um centro de incubação de empresas” de forma a “captar mais atividade empresarial".

O AquaValor, que conta já com uma equipa de 14 investigadores, tem como agenda de investigação e inovação o foco em seis áreas: Tecnologias da Informação e Comunicação; Saúde – Hidrogenoma da água mineral natural; Saúde – Bioensaios e bioatividades da água mineral natural; Cosmética; Alimentos e bebidas e Turismo.

Para o ministro da Ciência, este projeto no Alto Tâmega demonstra que “recursos endógenos como a água podem ser valorizados com mais ciência” e que “a ciência atrai pessoas”.

“Este esforço conjugado entre um grupo particularmente importantes de autarcas em todo o Alto Tâmega e uma instituição de ensino superior [IPB] dá confiança às pessoas de que vale a pena apostar na ciência e que a ciência desenvolve as regiões”, salientou.

“A ciência mostrou que consegue atrair pessoas para as regiões. Hoje temos uma equipa que não estava em Chaves, estava nas mais diversas regiões de Portugal e da Europa mas que agora está no Alto Tâmega”, acrescentou.

Também a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, presente na inauguração do AquaValor, sublinhou o objetivo de este projeto avançar “a seguir [para] uma escola e incubadora”.

“Hoje foi o primeiro passo, a inauguração do Laboratório Colaborativo. Mas queremos que este conhecimento dê origem a novos produtos e serviços, daí a importância da incubadora para desenvolver planos de negócios”, apontou.

Para Ana Abrunhosa, o projeto da CIM Alto Tâmega, que junta os concelhos de Chaves, Boticas, Montalegre, Vila Pouca de Aguiar, Valpaços e Ribeira de Pena, e do IPB “desconstrói a ideia de que o interior é só agricultura e floresta” e que também “pode ser investigação de ponta desde que haja condições”.

“Este projeto não seria possível se os municípios não tivessem decidido que este era o principal projeto. Bem sabemos que em geral os nossos autarcas tendem a preocupar-se com os problemas do seu concelho, mas estes perceberam, e bem, que todo o território será beneficiado pelos valores e riqueza que este projeto trará”, salientou.

O presidente do AquaValor, Fernando Queiroga, sublinhou a união dos seis autarcas do Alto Tâmega na aposta num “projeto fundamental para o território” como “um exemplo para o país”.

“O discurso do coitadinho já passou. Temos que apresentar ideias e projetos (…) e este teve uma boa aceitação por parte de ministros, secretários de Estado e do IPB”, destacou.

O também presidente da Câmara de Boticas considera “uma responsabilidade acrescida” o desafio lançado para que o AquaValor evolua para uma escola da água e incubadora de empresas.

“Sabemos que se apresentarmos mais uma vez um projeto credível vamos ter sucesso garantidamente”, atirou.

A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) atribuiu em março o título de Laboratório Colaborativo (CoLAB) especializado na área temática da água ao AquaValor, um Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia (CCTT) fundado em 2018, que além de se centrar sobre a água, em territórios onde se destacam as águas termais de Chaves, a água mineral e gasificada de Carvalhelhos (Boticas), Vidago (Chaves) ou Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), ou os rios e barragens, o AquaValor está a trabalhar ainda sobre os recursos endógenos da região, como o fruto seco, vinho, azeite, enchidos ou cabrito.



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