O setor do granito emprega cerca de 2.000 pessoas em Vila Pouca de Aguiar e procura cada vez mais licenciados para rentabilizar e qualificar a produção e abrir as portas da exportação.

A indústria do granito é o "motor da economia" em Vila Pouca de Aguiar. Por este concelho do distrito de Vila Real espalham-se cerca de 50 empresas e o volume de negócios anual ronda os 100 milhões de euros.

"É o setor com mais expressão económica e o mais empregador", afirmou hoje à agência Lusa o vereador Duarte Marques.

São cerca de 2.000 as pessoas que trabalham nas pedreiras e indústrias transformadoras locais, as quais estão a introduzir novas tecnologias que ajudam a rentabilizar e a qualificar o trabalho.

Na empresa Oliveira Rodrigues trabalham 30 funcionários e a aposta tem sido direcionada para a contratação de licenciados nas áreas de engenharia de minas ou geologia.

"Os métodos de trabalho são outros e as tecnologias também são outras e requerem pessoas com mais habilitações e formação na área", salientou o proprietário da empresa, José Rodrigues.

O responsável salientou que 50% da sua produção já é para exportação, principalmente para a Europa, e frisou que o mercado europeu procura essencialmente o material já transformado.

Sandra Moura, natural de Cabeceiras de Basto, licenciou-se em geologia e encontrou logo emprego no setor dos granitos em Vila Pouca de Aguiar.

Há quatro anos que está na Oliveira Rodrigues e é a única mulher a trabalhar no terreno, nas pedreiras desta empresa.

"No início custou um bocadinho a adaptação. Fomos implementando novos processos e isso também criou alguns conflitos, mas que com o tempo foram resolvidos. Adoro trabalhar aqui, é a minha vocação", salientou.

A geóloga disse que foi necessário introduzir métodos de trabalho mais modernos, principalmente na parte da prospeção.

"As pedreiras desta zona estão em expansão e estamos a precisar de conhecimento que venha refrescar o setor", frisou.

Na Transgranitos, empresa de extração e transformação, trabalham cerca de 60 pessoas, das quais 15 são licenciadas.

Aqui todo o trabalho está direcionado para a exportação, que tem vindo a crescer e já representa cerca de 80% da produção.

Rui Campos, um dos responsáveis pela empresa, salientou que as tecnologias usadas são cada vez mais sofisticadas, o que obriga a uma formação constante dos trabalhadores.

"Aqui na zona é difícil arranjar pessoal qualificado e o que nós fazemos é contratar pessoas com alguma formação académica e damos nós a formação específica do setor", salientou.

A produção média é de 8.000 metros quadrados por mês e, segundo Rui Campos, a Transgranitos está agora a aumentar a capacidade produtiva instalada. Em 2015, a empresa faturou três milhões de euros e estima um crescimento de cerca de 20 a 30% para 2016.

O responsável referiu que o principal mercado é a Europa, com destaque para a Alemanha. Por causa da crise angolana, este mercado estagnou e foi necessário arranjar alternativas, como os países da América Latina, que este ano estão a ganhar expressão nas vendas da Transgranitos.
Lusa



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