A Transgranitos inaugurou recentemente a ampliação da sua unidade de Vila Pouca de Aguiar, dedicada à extracção e transformação de granitos. Um momento assinalado com uma cerimónia simbólica presidida pelo ministro da Presidência, Morais Sarmento, e onde não faltou o pároco local, para apadrinhar o empreendimento e benzer uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Embora não rejeite a ajuda divina, o administrador da Transgranitos, Luís Bandeira Costa, prefere realçar que este investimento de 2 milhões de euros «é a única forma de nos mantermos a par do mercado e melhorar a produtividade da empresa». O objectivo é «diversificar os mercados de destino, com uma aposta nos países de Leste e nos países árabes», explicou o responsável, que adquiriu a empresa em 1990.
Grande parte do investimento, que contou com apoios do PRIME, foi canalizada para a aquisição de equipamentos e tecnologias de corte e extracção de granito, que permitirão à companhia aumentar a capacidade produtiva de seis mil para oito mil metros quadrados de rochas ornamentais por mês.
A Transgranitos vende 80% da sua produção em Portugal e exporta os restantes 20% para mercados como a Noruega, Benelux, Irlanda e Alemanha. Possui quatro pedreiras, emprega meia centena de trabalhadores e, em 2003, registou um volume de vendas de 2,5 milhões de euros.
A empresa aposta nas certificações de qualidade (ISO 9002 e ISO 9001) e de higiene e segurança para se diferenciar da forte concorrência internacional, que chega de Espanha, Itália e China. Outra aposta a curto prazo, segundo o director-geral José Sampaio, passa pela «área dos calcários, que, até ao final do ano, vai obrigar a um investimento na ordem dos 600 mil euros no sector da serragem».
Por ser este «o caminho certo para a economia portuguesa», Morais Sarmento destacou a importância de um «investimento estratégico na região para o equilíbrio entre o interior e o litoral do país», sublinhando o seu «potencial reprodutivo» em termos de emprego e actividade económica.
O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, também aplaudiu a iniciativa. Segundo as suas contas, «existem no concelho 57 empresas de extracção de granito, que produzem perto de duas mil toneladas por ano». No entanto, acrescenta o autarca, «90% dessa produção acabam por ser transformados em Espanha», o que significa que «Portugal perde cerca de 100 milhões de euros por ano».
A extracção de granito emprega perto de mil pessoas e é uma das principais actividades económicas de Vila Pouca de Aguiar.