O Grupo de Emergência e Catástrofes da Caritas Diocesana Bragança-Miranda, pioneiro no país, está a angariar fundos para poder comprar um reboque para transportar material até às ocorrências para onde for chamado.
Este Grupo, iniciado em 2019, divide-se em quatro equipas: psicologia, assistência social, evacuação e resgate e logística.
Empenham-se em atividades complementares e articuladas com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Atuam no antes, durante e após situação de emergência e catástrofe.
“Trabalham para o bem comum e de forma voluntária”, sublinhou à Lusa a diretora técnica da Caritas Diocesana Bragança-Miranda, Cristina Figueiredo.
O objetivo é chegar aos 8.250 euros, valor suficientes para cobrir o orçamento prévio para um veículo deste género.
“O Grupo está a tomar uma proporção maior e estamos a fazer atividades para angariar fundos. (…) Quando este Grupo é acionado, seja pela Proteção Civil ou pelo INEM, a equipa correspondente tem de preparar um veículo com o material que é preciso levar, em função da situação”, explicou Cristina Figueiredo.
Para isso daria jeito um reboque, que poderia ficar já pré-preparado para sair quando chamado. Se o dinheiro obtido o permitir, a opção poderia também ser uma carrinha.
Para sábado está marcado um concerto solidário na Catedral da capital de distrito, com a Banda Filarmónica de Bragança.
Agora, quando vão em missão de auxílio, são usados veículos da Caritas, carrinhas de nove lugares, mas isso só acontece se não estiverem empenhadas nas suas funções, normalmente, transportar utentes.
Se este recurso não estiver disponível, tudo é feito com os carros pessoais dos elementos das equipas.
Este Grupo pode ser chamado a intervir, por exemplo, em incêndios, buscas e resgate ou para dar apoio psicológico. São os mais comuns.
Num exemplo mais específico, podem ajudar a ANEPC na retirada de pessoas das suas habitações ou localidades durante um fogo florestal, onde ficam responsáveis pelo apoio de cariz social.
“Assim podemos libertar os operacionais que ficavam com as pessoas no caso de uma evacuação. A equipa controla quem fica na zona de concentração e do que precisam”, descreveu a diretora técnica.
Está a ser finalizado também um protocolo com o INEM, que pode recorrer a este Grupo para chegar rapidamente a todas as situações onde seja precisa a intervenção de psicólogos, como num pós-acidente com vítimas mortais. Já foram ministradas formações a profissionais nesse sentido.
O grupo é constituído por voluntários. São 30 neste regime, que podem chegar a 70 elementos, juntando os funcionários da instituição social no caso de uma ocorrência de grande escala.
Com os fundos que foram conseguindo, já compraram, entre outras coisas, rádios de comunicação, malas de primeiros socorros, tendas, coletes de identificação e burros do mato (camas para zonas de concentração e apoio à população).
O Grupo foi criado em 2019, em resposta a um desafio da Caritas a nível nacional, no seguimento os incêndios de Pedrógão Grande.
“Houve uma reflexão das várias Caritas Diocesanas, que havia algum contributo que poderíamos dar neste apoio”, recordou Cristina Figueiredo.
Sete dos 12 municípios do distrito de Bragança já apoiaram o Grupo, com 1.250 euros, empenhado na compra de materiais.
Cristina Figueiredo acrescentou que estão recetivos às ajudas que possam advir.
Outras dioceses estão a fazer esforços para criar grupos idênticos em outros pontos do país. Para já, segundo Cristina Figueiredo, a do distrito de Bragança é a única constituída e funcional.