O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou hoje que há pelo menos 50 profissionais à espera de ver o título de especialista reconhecido na carreira ao serviço da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.
A falta de reconhecimento da formação e de progressão nas carreiras com um atraso de mais de dois anos foram os principais problemas da classe nas unidades de saúde do distrito de Bragança apontados hoje pelo SEP.
O sindicato organizou uma manifestação pública com apenas os dirigentes para chamar a atenção para os problemas laborais que continuam a afetar os enfermeiros, e que foram expressos à comunicação social e em faixas colocadas no gradeamento do hospital de Bragança, o principal do distrito.
O dirigente do SEP Alfredo Gomes afirmou que a ULS do Nordeste “é uma das instituições daquelas que estão no grupo, no país, onde há mais enfermeiros especialistas que não transitaram” na carreira para uma categoria compatível com a formação.
“Aqui, pelas nossas contas e pelas situações que nos chegaram, são pelo menos aí uns 50 enfermeiros”, concretizou.
Outra situação local destacada pelo sindicato é “o número também bastante significativo na instituição” de enfermeiros que ainda aguardam que lhes sejam atribuídos os pontos para descongelamento da carreira, o que já deveria ter acontecido em 2018.
“Estas são as duas situações que se sentem mais aqui em Bragança”, reiterou, salientando que nem sequer têm a ver com as questões levantadas pela pandemia de covid-19, que também teve consequências na região.
De acordo com o SEP, a ULS do Nordeste, à semelhança do que aconteceu por todo o país, também contratou enfermeiros ao abrigo da pandemia por quatro meses e os contratos vão ser renovados até ao final do ano.
“O que a gente acha é que estes contratos não deviam ser renovados até ao final do ano, deviam ser renovados sem termo”, defendeu o dirigente sindical.
Em Bragança como no resto do país, também estão por resolver questões como enfermeiros em funções de chefia sem transitarem para especialistas ou profissionais infetados com o novo coronavírus que “por terem contratos individuais de trabalho não lhes pagaram ainda os 100% da remuneração”.