Presidente da Câmara de Mondim de Basto está preocupado com nova vaga de emigração. Diz que as pessoas fogem à miséria e relata casos de portugueses a passar dificuldades na Suíça e Luxemburgo.
Há um número crescente de cidadãos de Mondim de Basto a abandonar a terra natal para fugir à miséria. O presidente da Câmara reconhece que esta foi sempre foi terra de emigrantes, mas os motivos que levam as pessoas a abandonar o país são diferentes do passado.
“Até há dois anos, emigravam para melhorar o seu nível de vida, agora, muitos deles começam a emigrar para matar a fome”, reconhece à Renascença Humberto Cerqueira.
Mas o presidente alerta para o facto de já existirem emigrantes a viver em situações muito difíceis, tanto na Suíça como no Luxemburgo, países para onde têm partido a maioria dos habitantes deste concelho transmontano.
“Há muitos problemas de pessoas que vão: não conseguem emprego e, nalguns casos, caem na rua. Na Suíça temos informações de portugueses que ficaram na rua, sem abrigo, nem dinheiro para regressar”, conta.
No Luxemburgo, como há muita oferta em termos de emprego, \"os salários começam a diminuir e há mão-de-obra precária”.
Humberto Cerqueira está preocupado com a nova vaga de emigração. Pois se quem parte tem problemas, quem fica também os tem: a saída de pessoas para o estrangeiro está a deixar muitas aldeias despovoadas.
“As escolas vão ficar com menos alunos e vai haver mais abandono escolar”, refere o autarca, adiantando que já há \"aldeias com apenas idosos, mulheres que não conseguiram emigrar, com muito poucas crianças e sem pessoas em idade activa”.