Em Janeiro faz um ano que, depois de uma queda intensiva de chuva durante várias semanas, vários concelhos do distrito de Vila Real foram assolados por derrocadas, desabamentos de estradas e muros, e cheias provocadas pelo aumento dos caudais dos rios.

Ao todo perderam-se, neste distrito, três vidas humanas nos destroços das suas próprias casas, e, depois da chuva passar, ficaram para trás milhares de contos de prejuízos e graves problemas na circulação de algumas das principais estradas do distrito, nomeadamente a Estrada Nacional 108 (EN-108) e a EN 2.

Também a Estrada Municipal 313-1, que liga Vila Real ao Peso da Régua, foi uma das mais atingidas. Em Janeiro de 2001, na zona de Nogueira, devido a um aluimento a estrada foi cortada ao trânsito. E, só agora, quase um ano depois, a circulação começa a poder fazer-se por aquela via, uma das mais utilizados pelo tráfego rodoviário para aceder da capital do Douro, a Régua, para a capital do distrito, Vila Real.

Durante o ano, foram muitos os transtornos provocados pelo encerramento da municipal 313 ao trânsito, facto que deu lugar a numerosas queixas.

Dos condutores que eram obrigados a recorrer a vias alternativas, mais morosas, como a Nacional 2, que viu os seus índices de tráfego aumentarem de tal forma que o seu pavimento também sofreu um desgaste tal que obrigou à colocação de um pavimento novo.

Também os habitantes das povoações servidas pela EM 313, como Nogueira e do Tanha, levantaram as suas vozes em protestos contra a demora na concretização das obras de reconstrução da via.

Almiro Torres Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Nogueira, disse que durante estes 12 meses, foram muitos os transtornos provocados pelo encerramento da via. E lembra os condutores que foram obrigados a recorrer a um desvio para se deslocarem para a Régua, "desvio esse que é uma estrada estreita que passa pela aldeia de Tanha e que ficou muito danificada, principalmente nas bermas".

Almiro Torres Pereira lembrou ainda que os habitantes locais passaram o ano muito preocupadas com as suas crianças , "que tinham que atravessar a estrada para ir para a escola".

"Felizmente", acrescentou o autarca, "apenas se registaram pequenos embates entre alguns veículos".

Hoje já se consegue circular na EM 313-1, embora as máquinas ainda continuem a trabalhar nos últimos arranjos. Os responsáveis pela obra prevêem que daqui a duas semanas, a circulação esteja oficialmente restabelecida.

Manuel Martins, presidente da Câmara de Vila Real, entidade responsável pela estrada, explicou ao Semanário TRANSMONTANO por que é que as obras demoraram quase um ano a concretizaram-se: "Depois do abatimento da estrada, em Janeiro do ano passado, metemos mãos à obra e pensávamos que o problema era de fácil resolução. Só, depois de começarmos a obra é que verificámos que havia um deslocamento de terrenos e rochas por debaixo do alcatrão e muitos taludes destruídos".

Segundo Manuel Martins, para resolver o problema no subsolo da estrada foi necessário elaborar um projecto e lançar a obra em concurso público.

A Câmara de Vila Real tinha previsto gastar na obra 750 mil euros, mas já gastou lá um milhão.

Por outro lado, Manuel Martins sente-se "enganado", porque, quando há três anos a estrada 313-1 passou de nacional para municipal, "a Câmara desconhecia que ela representava um problema desta dimensão". Depois, informa o autarca, "o município pediu ajuda ao Governo, à Direcção de Estradas e ao Ministério do Equipamento Social para a reparação, mas a resposta foi o silêncio". "E a despesa teve de ser assumida pela Câmara", concluiu Manuel Martins que, entretanto, assumiu também a reparação do troço de estrada que passa por Tanha, que ficou danificada por ter sido utilizada como desvio enquanto a estrada esteve interrompida.



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