Os habitantes de Fortunho, aldeia da freguesia de S. Tomé do Castelo, em Vila Real, manifestaram-se, anteontem, contra a deslocalização da origem de água da fonte conhecida como a «fonte do tanque da capela».
A preocupação das pessoas está relacionada com e evolução dos trabalhos de construção da A24, entre Vila Real e Chaves, cujo traçado ocupa grande parte da superfície agrícola de Fortunho. Segundo os cidadãos, o traçado põe em risco a \"única fonte de água potável da aldeia e a própria rega dos campos\".
O descontentamento foi expresso simbolicamente numa concentração junto à \"fonte do tanque da capela\". Porém, segundo Ana Correia Silva, \"caso as obras afectem a nascente da fonte, ou mesmo a sua mudança para um outro lugar, o povo está disposto a tocar a rebate o sino e fazer tudo para tal não acontecer\", disse.
De acordo com o secretário da Junta de Freguesia de S.Tomé do Castelo, Francisco Coutinho, \"a água pertence a uma família e é vital para a terra, pois serve para beber, regar e lavar a roupa\".
\"A água é muito boa e tem sido objecto de análises. Muita gente vem cá encher os garrafões e leva-os para outras localidades\", acrescentou. De acordo com o autarca, \"a empresa encarregada de construção da via pretende aumentar a pedreira em exploração e poderá afectar o nível freático que abastece a fonte de Fortunho. A Junta está atenta e pronta a tomar as medidas mais adequadas\".
Entretanto, o Conselho Directivo dos Baldios de Fortunho manifestou-se \"ao lado do povo\". Virgílio Silva acredita \"numa posição de consenso\" e adiantou que no processo de expropriação dos terrenos para a construção da A24 \"as várias entidades intervenientes garantiram que a água será conduzida para a fonte da aldeia\".
Segundo o JN apurou, os técnicos da Norinter e de outras empresas envolvidas na construção da auto-estrada estiveram no local há cerca de 15 dias e estão a estudar a situação de modo a que seja encontrada uma solução a contento do interesse público.