A nova presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, criticou hoje na tomada  de posse o “poder central” que, em sua ótica, não se tem mostrado “preocupado” com os problemas que afetam o interior do país.

“O poder central não se tem mostrado, na nossa ótica, preocupado com o interior do país e tentar encontrar soluções. Queremos ser uma voz de indignação para aquilo que acharmos que está mal e procurar soluções. E se essas soluções terão de ser procuradas junto do poder central é isso que vamos fazer”, afirmou Helena Barril, que foi eleita pelo PSD, com maioria absoluta.

Na cerimónia desta tarde, todos os membros eleitos para a Câmara e Assembleia Municipal de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, tomaram posse, incluindo o candidato do PS, Júlio Meirinhos.

O presidente cessante, o socialista Artur Nunes, não se podia voltar a candidatar por ter atingido o número limite de mandatos previsto na Lei, também marcou presença.

Helena Barril disse que o problema do despovoamento “é transversal a todo o interior onde a principal razão é a forma como os sucessivos governos têm olhado para estes territórios”.

“O problema é que os sucessivos governos têm olhado para o interior com algum desinteresse e vamos ter que fazer pressão, nos que nos for possível, para tentar inverter esta tendência que se tem acentuado de ano para ano. Os resultados dos últimos Censos provam isso, o que é preocupante”, disse.

Miranda do Douro é um concelho que vive, essencialmente, do comércio com Espanha, e que a pandemia deixou a nu várias fragilidades, as quais a nova autarca pretende colmatar prometendo diálogo com os representantes do setor.

“Os comerciantes e empresários do concelho de Miranda do Douro vão poder contar com um forte apoio deste novo executivo municipal. Esperemos não ter que voltar a passar por uma crise do género e tão acentuada. Deixo uma certeza, empresários da hotelaria, restauração e demais ramos de atividade terão nesta câmara [municipal] os apoios necessários para o momento”, vincou Helena Barril.

No campo empresarial, há necessidade de investir na criação de zonas industriais no concelho e na construção de um matadouro municipal.

Outro dos problemas do concelho de Miranda do Douro é, na opinião da autarca, a distribuição de água a algumas aldeias do concelho.

A cultura e o turismo são outras das apostas de Helena Barril, visto que são tradições ancestrais inerentes ao concelho de Miranda Douro, como é caso dos pauliteiros o a língua mirandesa.

A autarca prometeu igualmente olhar para as relações transfronteiriças e fomentar parcerias com cidades da vizinha Espanha, para fomentar laços comerciais, empresariais, culturais e sociais.

Helena Barril, por ter sido a primeira mulher eleita desde o 25 abril de 1974, para a presidência da Câmara de  Miranda do Douro, pretende deixar uma marca “diferenciadora” e estar cada vez mais próxima das pessoas.

A primeira ação da presidente da Câmara de Miranda do Douro é devolver aos mirandeses a emblemática Fonte dos Namorados, e recolocá-la no seu sítio de origem , junto ao antigo Paço Episcopal, devido ao seu “simbolismo” para os mirandeses.

O PSD venceu as eleições autárquicas em Miranda do Douro com maioria absoluta, 54,15%, elegendo três mandatos, enquanto o PS obteve 41,12% elegendo dois vereadores.



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