O Centro Hospitalar do Nordeste prepara-se para encerrar a urgência médico-cirúrgica de Mirandela, após as eleições legislativas.

A denúncia é do presidente da Câmara, que teve «conhecimento de uma circular interna».

O documento entregue aos médicos pelo director de Cirurgia diz, preto no branco, que, a curto prazo, vai encerrar a UMC e passa a funcionar 24 horas em Bragança, porque \"está previsto ficarem apenas as consultas externas e pequenas cirurgias, uma tarde por semana, e o bloco operatório funcionará uma manhã por semana\", avança José Silvano.

O autarca social-democrata diz que esta situação está a deixar \"desmotivados\" os profissionais de saúde da especialidade de Cirurgia que até \"já estão a ponderar a saída para outras unidades hospitalares do litoral\", o que, no entender de José Silvano, também vai acabar por prejudicar a urgência médico-cirúrgica de Bragança, já que \"não terá anestesistas suficientes para realizar as operações necessárias, aumentando a lista de espera\", conta.

Perante este cenário, o edil diz que pouco pode fazer nesta altura senão denunciar as movimentações que estão a acontecer. \"Neste período, é complicado fomentar manifestações, porque seria acusado de aproveitamento eleitoralista\", explica José Silvano, que volta a ser candidato pelo PSD nas autárquicas. A única forma de conseguir impedir o encerramento será \"castigar o PS nas próximas legislativas\", acrescenta. Relativamente àquela denúncia, o Conselho de Administração, que gere os hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros, respondeu em comunicado que as informações são \"puro boato, carecendo de qualquer fundamento e seriedade\".

Na nota à Imprensa, assinada por Henrique Capelas, presidente da Administração, e Sampaio da Veiga, director clínico, dizem também que \"jamais foi equacionada qualquer alteração aos serviços que pudesse implicar a despromoção dos serviços de Urgência da Unidade Hospitalar de Mirandela\" e que é compromisso da Administração \"manter o modelo existente com todas as suas valências, aliás, na sequência do legalmente consagrado pela tutela, no âmbito da Rede Nacional de Urgências\", conclui.

Recorde-se que, na última reorganização dos serviços de Urgência, em 2007, levada a cabo pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos, ficou definido que Mirandela ficava com uma urgência médico-cirúrgica, pelo menos, até à conclusão de vias de acesso previstas, como a A4, que está nesta altura apenas no seu início.



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