Cerca de 250 crianças do distrito de Vila Real foram esta sexta-feira ao Hospital da Bonecada para tratarem os seus brinquedos e, ao mesmo tempo, perderem o medo dos médicos e da bata branca.

O hospital está instalado no serviço de pediatria da unidade de Vila Real, no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e recebeu a visita de várias crianças.

Clara foi uma delas. Tem quatro anos e contou aos jornalistas que levou a sua boneca Lia ao hospital para tratar a varicela: "Vim tratar o meu bebé (...). Tive que lhe pôr uma pomada e dar-lhe um xarope”.

A colega Francisca, também de quatro anos, trouxe a boneca Joaninha que estava com dor de cabeça e, agora, “está quase boa”, depois de os médicos lhe darem um remédio.

Neste hospital de brincar, todos os passos são iguais a um hospital de verdade. Depois da sala de espera, as crianças levam os bonecos à triagem e são encaminhados para o gabinete médico, para a sala de exames ou para o bloco operatório, devidamente preparados com a bata e a touca.

Otília Ramos, educadora da Santa Casa da Misericórdia de Boticas, classificou a atividade como “muito importante” e salientou que o objetivo é “desmistificar o hospital e os médicos”.

“Pretendemos que as crianças, com os seus bonecos, venham perceber toda a dinâmica da pediatria. Assim, a brincar, de forma lúdica, conseguimos desmistificar a ideia que eles têm. Nestas idades, eles têm muito medo do médico, da bata branca”, afirmou a responsável.

O diretor do serviço de pediatria, Eurico Gaspar, referiu que o Hospital da Bonecada é dirigido a crianças em idade pré-escolar e pretende “humanizar o atendimento” aos mais pequenos.

“Temos esta brincadeira com eles para que, depois, quando vierem cá doentes, se sintam bem”, salientou.

O especialista referiu que é natural que as crianças tenham "medo da instituição hospitalar, até porque estão numa situação fragilizada quando vêm ao hospital”.

Acrescentou também que existe uma postura da sociedade em relação ao ir ao médico, que as crianças memorizam e sentem, e que dificulta a assistência, o exame e a conversa com os pequenos doentes.

“Se a criança estiver bem-disposta, a brincar, nós conseguimos muito mais facilmente identificar a doença real”, referiu.

Eurico Gaspar frisou que a iniciativa Hospital da Bonecada “é eficaz” e ajuda a “aproximar as crianças da prática clínica diária”.

“Gostei de tudo nesta visita ao hospital. Aprendi a ser doutora para tratar dos doentes. acho que é fácil e importante”, salientou a pequena Clara.

A iniciativa foi organizada pelo serviço de pediatria, que contou com a colaboração do serviço de nutrição, cirurgia e urgência do CHTMAD.



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