O Hospital de Bragança está sem Tomografia Axial Computorizada (TAC), pelo menos, até 21 de setembro, o que impede a realização de exames de imagem na principal Urgência do Nordeste Transmontano em casos graves como as vítimas de AVC.

Questionada pela Lusa, a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste confirmou que o aparelho não está a funcionar e informou que doentes urgentes estão a ser encaminhados para o Hospital de Macedo de Cavaleiros, assim como os utentes que necessitem marcar este exame.

O Serviço de Urgência do hospital de Bragança é o único na região com a chamada “Via Verde AVC (Acidentes Vasculares Cerebrais)” para atendimento mais rápido e articulado aos doentes, que se encontra desativada devido à falta do aparelho, já que sem este exame de imagem não é possível fazer o diagnóstico para tratamento do doente.

Há vários anos que a administração diz que o aparelho para realização da TAC “está obsoleto” e “avaria de vez em quando”.

Em 2018 foi lançado um concurso público à procura de entidades externas dispostas a instalar o equipamento e a fazerem os relatórios dos exames, que continuarão a ser realizados pelos radiologistas do hospital.

Um aparelho de TAC novo era condição para a adjudicação destes serviços que, passados quase dois anos, está prestes a concretizar-se, segundo informação avançada à Lusa pela ULS do Nordeste.

Na resposta por escrito às questões da Lusa, aquela entidade afirma que “tem em curso a substituição do aparelho no Hospital de Bragança” e que “o objetivo é dotar esta entidade de um equipamento inovador e com maior precisão, indispensável no processo de diagnóstico dos doentes”.

A administração não indicou há quanto tempo o equipamento está avariado, informando apenas que “foi já retirado, durante o passado fim de semana, o anterior aparelho ali a funcionar há vários anos, estando neste momento a respetiva sala da valência de Imagiologia a ser alvo de trabalhos de beneficiação, a fim de receber o novo TAC”.

“Após a instalação e necessária parametrização, este moderno equipamento irá estar pronto a entrar a em funcionamento a partir do próximo dia 21 de setembro”, acrescentou.

Até essa data, a ULS do Nordeste garante que “foram tomadas todas as providências para garantir aos doentes a assistência necessária e o melhor acesso a este meio de diagnóstico”.

Segundo explicou, “o agendamento de TAC está a ser direcionado para a Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, sendo o encaminhamento de doentes urgentes realizado internamente também para esta Unidade (com acompanhamento médico e/ou de enfermagem)”.

De acordo ainda com a administração, se o encaminhamento for “efetuado pelo CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica” é feito imediatamente “para a Unidade Hospitalar mais próxima da ocorrência”.

A entidade que gere a saúde em todo o distrito de Bragança refere ainda que, “com a substituição do aparelho de TAC da Unidade Hospitalar de Bragança, a ULS do Nordeste dá assim mais um passo fundamental na melhoria da assistência aos doentes da sua área de abrangência”.

A ULS do Nordeste é responsável pelos três hospitais e 14 centros de saúde do distrito de Bragança, sendo que o Hospital de Bragança é o maior e com mais valência, além de ser a unidade de referência para toda a região, apesar de distar mais de 100 quilómetros de algumas populações.

Na sequência da notícia "Hospital de Bragança sem TAC indispensável para urgências como vítimas de AVC", veiculada ontem através da Agência Lusa, cumpre à Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste esclarecer que, no âmbito da substituição, em curso, deste equipamento, operacional a partir do próximo dia 21, estão tomadas, até lá, todas as providências no sentido de garantir aos doentes, em particular urgentes e inclusive em caso de AVC, a assistência necessária e o melhor acesso a este meio de diagnóstico, respeitando e salvaguardando integralmente a adequada prestação de cuidados, e não estando nunca em causa os seus direitos, as suas necessidades e a sua adequada assistência clínica.

Foto: António Pereira



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