O grupo Água Hotels anunciou hoje um investimento de nove milhões de euros num empreendimento turístico na aldeia de Pinela, no concelho de Bragança, com a perspetiva de criar 80 postos de trabalho diretos e indiretos.
O Água Hotels da Terra Fria será o sexto do grupo com empreendimentos em Portugal e Cabo Verde, que tem como administrador Adriano Martins, natural do concelho de Bragança, que disse hoje que sempre teve “vontade de fazer qualquer coisa” na sua terra.
O local escolhido foi a aldeia das típicas Cantarinhas de barro, Pinela, num terreno com 15 hectares onde o grupo anunciou que pretende construir um hotel com 180 camas divididas por 84 alojamentos, piscinas, SPA, ginásio, restaurante e bar, vinoteca e uma loja para artigos regionais.
O empreendimento está projeto para um local a quase mil metros de altitude, no monte do castelo da Idade do Ferro, junto à aldeia, e o administrador espera começar a obra em “março de 2022” com a conclusão para “2023, 2024”.
O local fica a “dois, três minutos” da autoestrada A4 virado para a Serra da Nogueira e para a aldeia de Rebordaínhos, onde nasceu Adriano Martins, administrador do grupo que abriu o primeiro hotel, em 2003, em Mondim de Basto, e tem atualmente mais quatro, em Lagoa, Lagos, Alvor e Cabo Verde.
O empresário reconheceu que o setor continua em crise, acentuada nos últimos quase dois anos pela pandemia Covid-19, mas garantiu que o grupo “está em expansão” e um dos objetivos é replicar na zona de Trás-os-Montes o conceito ligado à Natureza.
Segundo observou, o turismo no interior tem hotéis de cidade e unidades de alojamento nas aldeias e defendeu que o que precisa é de “um turismo que tenha dimensão e que aporte alta qualidade”.
O administrador esclareceu que o investimento previsto de nove milhões de euros será realizado com recurso a candidaturas a fundos comunitários, mas também com “bastantes capitais próprios”.
A proposta de investimento surpreendeu o presidente da junta de freguesia de Pinela, Alex Rodrigues, como o próprio reconheceu, quando foi abordado em dezembro de 2019.
Depois de perceber que se tratava de um “grupo estrutural”, as negociações decorreram rapidamente, com a freguesia a vender o terreno ao grupo com uma entrada inicial de 20 mil euros e uma renda anual de cinco mil euros, durante 20 anos, a partir da abertura do empreendimento.
O presidente da freguesia assinalou o dia de hoje como “histórico para a aldeia”, com o “lançamento da primeira pedra virtual” do empreendimento turístico que, está certo, irá impulsionar o artesanato e a economia da freguesia, mas também das freguesias e concelhos vizinhos.
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, esteve também presente na apresentação do projeto, salientando que “terá uma componente de dinamização económica, uma vez que o próprio volume de investimento projetado é extremamente relevante e também pelo facto de vir criar várias dezenas de novos postos de trabalho”.