Marcelo Rebelo de Sousa defende a criação de um Fundo para o Interior do país, de modo a estimular o crescimento económico naquelas zonas. O Fundo deveria canalizar recursos para investimentos, definindo rentabilidades e prioridades, nas várias regiões.
O professor na Universidade de Direito de Lisboa e conhecido comentador político defendeu, em Bragança, anteontem, durante o I Curso de Direito e Interioridade organizado em Trás-os-Montes, por aquela instituição de ensino, que o referido Fundo devia olhar para as regiões de forma diferenciada.
\\"Porque são situações de interioridade diferentes, algumas estão já quase irrecuperáveis, como o Baixo Alentejo interior, e é preciso fazer a avaliação das medidas que já foram aprovadas, se serviram para alguma coisa, por exemplo se o desagravamento do IRC- Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas foi suficiente\\", explicou. Marcelo Rebelo de Sousa disse que é fundamental que se faça saber no Litoral o que se passa no Interior profundo, porque há falta de informação.
\\"As pessoas nas áreas metropolitanas não têm noção do que se passa nas outras regiões, não sabem os problemas que há para fazer 20 ou 30 km numa zona montanhosa\\", referiu.
O professor prevê que a criação de uma única região no Norte, se a Regionalização avançar, pode ser um \\"problema\\" para Trás-os-Montes porque \\"o centro de poder dessa região fica no Litoral, no Porto, ou distribuído entre as áreas metropolitanas de Porto e Braga\\".
Marcelo Rebelo de Sousa teme ainda que a lógica de encerramento de cursos superiores pouco frequentados possa prejudicar os centros universitários e politécnicos do Interior. \\"Isso é preocupante\\", afirmou.