O I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, que se realiza no Porto, entre hoje e quinta-feira, vai reflectir sobre a emigração, para que Portugal conheça os seus cerca de cinco milhões de emigrantes.
Reunião tem por objectivo ajudar a conhecer a realidade actual de cinco milhões de emigrantes
O encontro vai dar a conhecer a forma como os portugueses foram acolhidos em alguns países

De acordo com o bispo D. Januário Torgal Ferreira, presidente da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo e Bispo das Forças Armadas, há necessidade de salientar em Portugal que \"existem cerca de cinco milhões de portugueses que estão espalhados pelo mundo, que partiram contra a sua vontade e venceram na vida\".

Organizado pela Comissão Episcopal de Migrações e Turismo e pela Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), o encontro pretende conhecer a emigração e divulgar em Portugal as comunidades portuguesas, acrescentou o bispo D. Januário Torgal Ferreira.
Por outro lado, o encontro que se realiza na cidade Invicta vai também dar a conhecer a forma como os portugueses foram acolhidos em alguns países.

Saber como são recebidos além fronteiras

\"É importante saber como é que os vários países acolheram os portugueses, para que Portugal responda às necessidades e aprenda a acolher os estrangeiros que procuram o país\", afirmou o prelado.
O I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas pretende ainda homenagear todos os portugueses que deixaram o país e aqueles que têm servido as comunidades portuguesas, afirmou.

\"Identificar as mudanças psico-sociais nas comunidades portuguesas, assumir a memória sofrida da emigração, decidir sobre novas formas de acompanhamento e inserção eclesial e responsabilizar e envolver as estruturas da Igreja em Portugal\" são os principais objectivos do evento, segundo indicou a organização.
O director da Obra Católica de Migrações, padre Rui Pedro, explicou, por seu turno, que \"assumir a memória sofrida\" significa que Portugal tem que \"reconhecer a mais valia dos emigrantes\".

Ao longo de três dias vão estar em debate temas como as \"Migrações portuguesas ao longo dos tempos e na diversidade dos espaços\", \"Migrações: redes sociais, solidariedade e integração\", \"Olhar retrospectivo sobre a acção da igreja nas migrações: experiências vividas e novos caminhos\", \"Olhar crítico sobre a acção da igreja nas migrações: relacionamentos e redes de inserção\" e \"Mobilidade e Cidadania: reconceptualização da condição migrantes\".

Várias personalidades convidadas

Está prevista a presença neste encontro do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, além de sindicalistas, conselheiros sociais e missionários, académicos e entidades da igreja, nomeadamente o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, cardeal Stephen Fumio Hamao, que vem do Vaticano.
Emigrantes, luso-descendentes, missionários da igreja nas comunidades portuguesas e paróquias são alguns dos destinatários do evento.

De acordo com a Obra Católica Portuguesa de Migrações, saem anualmente de Portugal cerca de 30 mil portugueses e desde 1990 emigraram perto de 300 mil.
O padre Rui Pedro sublinhou ainda que \"por cada imigrante em Portugal, há dez emigrantes a viver longe do país\".



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A. P. Cunha