O presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) disse hoje, em Montalegre, que estão regularizados todos os pedidos de indemnização feitos em consequência de ataques de lobos, uma espécie protegida em Portugal.

“Neste momento, todos os pedidos de indemnização que foram instruídos pelos proprietários e pelos lesados estão regularizados”, afirmou Nuno Banza, após uma reunião na Câmara de Montalegre para discutir o problema dos incêndios rurais fora da “época quente”.

Recentemente a autarquia do Norte do distrito de Vila Real alertou para um alegado ataque de lobos que terá matado vários vitelos numa propriedade de São Mateus e cujo proprietário pediu “ajuda para minorar o prejuízo”.

“Nós queremos pagar os prejuízos do lobo e queremos pagá-los para garantir que o lobo, como espécie relevante para este ecossistema, continua a ter condições de conservação”, garantiu Nuno Banza.

Sem especificar valores, o responsável referiu que foram pagos “dezenas de milhares de euros no país todo”, o que considerou, “apesar de tudo, um valor muito baixo” e que “também mostra que muitas das indemnizações não são sequer pedidas”.

“Porque, provavelmente, do lado dos pastores também não estão cumpridas as necessárias medidas de cuidado que seriam naturais ter com os rebanhos, as medidas de proteção, de vigilância, de acompanhamento diário ou periódico. Isso também gera muitas vezes uma disfunção e não é isso que nós queremos”, referiu.

Para este responsável, “falar do lobo também é falar da forma como as pessoas hoje tratam os rebanhos”.

“O que nós queremos é que o lobo tenha um mecanismo de pagamento dos prejuízos, uma ferramenta que possa ser utilizada pelas pessoas”, frisou.

O presidente do ICNF referiu que os pedidos que chegam ao ICNF são “de muitos tipos” e às vezes em “circunstâncias onde existem matilhas de cães assilvestrados, onde se abandonam os rebanhos e há inevitavelmente conflitos de interesses, que não têm diretamente a ver com o lobo”.

“Estamos falar de sistemas que têm várias variáveis e aquilo que nós tentamos fazer é separar essas variáveis”, referiu.

Recentemente, em Montalegre, também foi notícia a morte de um lobo, encontrado em Xertelo, freguesia de Cabril, e em circunstâncias que estão a ser investigadas pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da GNR.

O lobo-ibérico é uma espécie protegida e possui em Portugal, desde 1990, o estatuto de ameaça de “em perigo”.



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