O novo bispo de Bragança-Miranda visitou hoje a concatedral de Miranda do Douro, dirigindo-se aos presentes em mirandês para os convidar a preservar a fé cristã que «muito contribui» para o progresso local.
«Que Ele (Jesus) com a sua santíssima mãe nos encoraje a todos para sermos bons guardiães e testemunhas da fé cristã que os nossos pais nos transmitiram e que muito contribui para o progresso da nossa terra, das suas gentes e da sua cultura», disse D. José Cordeiro, na homilia que proferiu durante a missa desta tarde.
Uma semana após ter sido ordenado bispo em Bragança, o prelado quis visitar a Sé mirandesa, sede original da diocese do nordeste transmontano, e dirigir-se à população local na segunda língua oficial em Portugal: «Deixai que bos fale na buossa lhéngua mirandesa; perdonai-me se nun la sei falar tan bien cumo bós».
Antes, D. José Cordeiro manifestara «profunda alegria» por estar em Miranda do Douro, que considerou a fonte da «identidade eclesial e cultural» da diocese, ali nascida em 22 de maio de 1545.
A atual diocese de Bragança-Miranda teve o seu início e primeira sede em Miranda Do Douro, em 1545 e só em 1780, pela Bula «Romanus Pontifex», de 27 de setembro, teve como nova sede a cidade de Bragança.
Comentando a passagem do Evangelho lida na celebração, o atual bispo diocesano falou de «um Deus não escutado e ignorado que sonha uma festa com pessoas felizes».
«Deus da sala vazia, Deus das igrejas vazias, do pão e do vinho que ninguém quer. Todavia Deus convida, não obriga. Ele convida não ao trabalho e canseira da vinha, mas da festa. Deus não se desencoraja, encontra sempre novas possibilidades. Deus não quer gente serva, mas que o deixem servir na alegria das núpcias», disse D. José Cordeiro.