O crescimento do ensino superior em Portugal é uma linha que devia ter continuidade, defendeu o presidente do conselho de reitores, aproveitando o "ciclo político" para pedir mais financiamento por estudante que permita recuperar o atraso face à Europa.
"Uma vez que estamos num novo ciclo político, era importante que Portugal desse continuidade a esta linha de crescimento do ensino superior. Mas enquanto se tem registado um investimento na ciência e na inovação, continuam a subsistir os níveis de subfinanciamento por estudante relativamente aos indicadores europeus. Era importante reforçar o investimento no ensino superior, para recuperar o atraso relativamente à Europa para permitir aumentar a capacitação e a requalificação das instituições, a par dos desafios que se avizinham para o século XXI, mas também continuar a aposta no alojamento e nos apoios de natureza social", defendeu António Fontainhas Fernandes, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
Em declarações à Lusa, em reação aos resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, hoje divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o presidente do CRUP afirmou que "os resultados confirmam uma evolução muito positiva que se tem vindo a registar no ensino superior nos últimos anos".
Para Fontainhas Fernandes, há não só um "maior equilíbrio territorial na colocação de estudantes", como também resultados das "dinâmicas institucionais e nacionais que têm vindo a ser desenvolvidas" e que se traduzem na atração de estudantes internacionais e na especialização das instituições.
Referiu ainda o crescimento dos cursos técnicos superiores profissionais e a "diversificação da base de recrutamento de estudantes".
"Há mais estudantes provenientes de vias profissionalizantes do ensino secundário, mas também de reingressos no ensino superior", disse.
Quanto aos números de colocações de estudantes em primeira opção, considerou que são resultado da política de "racionalização de vagas" que tem sido aplicada.
O número de colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior aumentou para os 44.500 estudantes, 1,2% acima de 2018, revelam os dados oficiais que indicam ainda que mais de metade entrou na sua primeira opção.
Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso estão desde hoje disponíveis na página da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) em http://www.dges.gov.pt.
Os candidatos puderam concorrer a 1.087 cursos nas universidades e politécnicos públicos.
A segunda fase de candidaturas decorre entre 9 e 20 de setembro e os resultados são divulgados a 26 de setembro.