A inauguração da intervenção realizada no Antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro, agora convertido em Estrutura de Acolhimento e Exposição da antiga Sé Catedral de Miranda do Douro, está agendada para o próximo dia 10 de dezembro, pelas 15h00, contando com a presença do Diretor Geral do Património Cultural, João Carlos Santos, da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, e da Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.
A intervenção implicou não só a recuperação do edifício pré-existente, mas também a construção de um novo edifício. O projeto foi financiado a 85% por fundos comunitários, através do Programa Norte 2020, e a comparticipação nacional assumida pela Câmara Municipal de Miranda do Douro.
Esta iniciativa está incluída na Operação Rota das Catedrais no Norte de Portugal, a qual visa promover e consolidar o projeto nacional, iniciado em 2009, através de um Acordo de Cooperação celebrado entre o Ministério da Cultura e a Conferência Episcopal Portuguesa.
Na mesma ocasião será inaugurada a Exposição «Termus – Territórios Musicais», desenvolvida pelo Museu da Terra de Miranda e pelo Museo Etnográfico de Castilla y León, e apresentada a reedição do Cancioneiro Tradicional Mirandês, no âmbito do «Termus» projeto europeu de cooperação transfronteiriça.
Reeditada quase quatro décadas após a primeira edição, os registos contidos na obra integram, ainda hoje, o reportório musical dos grupos de música popular tradicional da Terra de Miranda.
É a música popular e religiosa, a dança e coreografia, as canções dos serões, dos fiadouros, das mondas, das ceifas, das trilhas, dos cardadores, de embalar, que dão corpo ao riquíssimo campo do património imaterial mirandês, reunido em dois volumes por António Maria Mourinho etnógrafo e fundador do Museu da Terra de Miranda, e Francisco Serrano Sequeira Baptista, responsável pelo trabalho de recolha publicado no segundo volume desta edição.
A reedição do Cancioneiro Tradicional Mirandês visa a preservação e recuperação da memória da tradição oral musical, fundamental para a manutenção da cultura popular, num projeto com uma visão mais abrangente do património musical, no qual convergem tradição e modernidade: a tradição associada à memória e à herança cultural musical e a modernidade associada à normal evolução, adaptação e reinvenção das comunidades locais.
O Projeto Termus - Territórios Musicais é financiado pelo programa INTERREG V-A – POCTEP Espanha-Portugal, e prevê além da edição fac-similada do Cancioneiro mirandês, a edição, também em fac-símile, realizada pelo Museo Etnográfico de Castilla y León, de dois volumes do Cancioneiro de Folklore Musical Zamorano, de Miguel Manzano Alonso.