O novo equipamento cultural inaugurado este início de semana em Bragança foi pequeno para receber o mar de gente que quis marcar presença na cerimónia de abertura do Centro de Interpretação da Cultura Sefardita.
Aconteceu esta segunda-feira, dia 20 de fevereiro, no âmbito da comemoração dos 553 anos de Bragança Cidade, a inauguração do Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano.
Depois do projeto ter sido apresentado a 19 de julho de 2013, dia em que, também, se assinou um protocolo entre o município brigantino e a Rede de judiarias de Portugal, o novo equipamento abre, agora, portas a todos os visitantes que estejam interessados em visitá-lo.
Integrado no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, na Rua Abílio Beça, o Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano, cujo projeto é do arquiteto Souto de Moura, em coautoria com o arquiteto Joaquim Portela, resulta da reconversão e beneficiação do antigo imóvel que acolhia a sede dos escuteiros.
Com a investigação de conteúdos a cargo do professor António Marques de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Centro de interpretação da Cultura Sefardita pretende dar a conhecer às atuais gerações um pouco daquilo que foi a significativa e marcante presença judaica na região, e da qual se reconhecem nomes ilustres como Oróbio de Castro e Jacob de Castro Sarmento, permitindo, assim, uma revisitação àquilo que a historiografia afirma terem sido as vivências dos judeus sefarditas que habitaram o Nordeste Transmontano. A instalação da animação em areia que aparece na imagem é da autoria de Pedro Serrazina.
“Este é um centro que resulta de uma vontade da câmara municipal pretender fazer aqui mais um equipamento cultural ligado à cultura e à temática sefardita, tendo-se reconhecido que a presença dos judeus neste território tinha sido de tal ordem que, de facto, entendeu-se a importância de preservar a memória e de conhecermos a história”, começou por asseverar o autarca brigantino à comunicação social no final da cerimónia de inauguração, frisando que esta é “uma homenagem a todos os judeus que estiveram não só em Bragança como, também, na região do nordeste transmontano”. De acordo com Hernâni Dias, este equipamento resulta de “uma candidatura feita e que foi financiada por fundos comunitários”, no total de um milhão de euros.
Presente na abertura do espaço, esteve, também, o presidente da Comissão de Coordenação Regional do Norte. “Portugal, nestes 30 anos, recebeu qualquer coisa como nove milhões de euros por dia da União Europeia”, adiantou Fernando Freire de Sousa, sublinhando que “é nestes momentos, que os fundos de coesão e os fundos associados ao desenvolvimento regional são uma componente muito importante da nossa presença na Europa e do modelo europeu”.