Os deputados socialistas eleitos pelos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda vão apresentar, no próximo dia 4, um projecto de resolução que recomenda ao Governo de José Sócrates um conjunto de medidas dirigidas ao desenvolvimento económico da região do Douro.
O destaque desta proposta, a apresentar por 17 parlamentares, vai para \"o incentivo à deslocalização de empresas do vinho do Porto, sediadas em Vila Nova de Gaia, para a própria região duriense\".
Jorge Almeida explica que \"o sector do vinho movimenta anualmente 500 milhões de euros, mas apenas um terço fica na região\". \"Estou convencido que com os incentivos certos, muitas empresas poderão instalar-se no Douro\", disse. O deputado acrescenta que \"o objectivo não é deslocalizar todas as firmas, mas muitas delas poderão fazê-lo, garantindo assim investimento na região, postos de trabalho, quadros técnicos de qualidade, e ajudando a inverter a desertificação que desde há 25 anos nos fez perder 25% da população residente. Ou seja cerca de 120 mil pessoas\", refere.
Para a Associação de Empresas do Vinho do Porto (AEVP), \"esta proposta é bem vinda\". Segundo Isabel Marrana, directora executiva da AEVP , \"embora o entreposto de Gaia esteja equiparado a uma zona de produção, o que é uma excepção a nível comunitário (o entreposto de Gaia é uma espécie de extensão da Região Demarcada), se o Governo disponibilizar um conjunto de incentivos que permitam a majoração da região do Douro, as empresas estarão obviamente interessadas nessa nova opção\".
Recorde-se que do entreposto de Gaia são exportados 89% dos vinhos do Porto, mas os deputados lembram agora que no que toca \"à localização das empresas de vinho, região do Douro tem cada vez mais vantagens, nomeadamente no que toca a terrenos e mesmo a vias de comunicação que nos aproximam cada vez mais da Europa\".
Para além desta medida, a proposta aponta outro tipo de decisões como a \"aposta nas novas tecnologias e na valorização dos produtos endógenos; uma estrutura de coordenação, com o objectivo de assegurar , uma mais eficaz e eficiente intervenção do Estado; celeridade nos processos de licenciamentos de investimentos públicos e privados; a concretização do Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro; o acelerar da concretização do Plano Rodoviário, nomeadamente a construção do IC 26 e a requalificação da linha do Douro\".