Os comerciantes de Vidago (Chaves) temem que aconteça com as obras que estão a decorrer no troço da estrada que atravessa a vila o mesmo que aconteceu nas do largo da feira. Deviam ser feitas em dois meses e demoraram quatro anos. A comparação é inevitável.
A empresa é a mesma e, segundo o presidente da Junta de Vidago, Eduardo Brás, já há \"indícios\" de que as obras não vão decorrer com a celeridade prevista. \"Só trazem meia-dúzia de trabalhadores, só trabalham das 9 às 17.00 horas e até sexta-feira\", assegura o autarca, que, anteontem à noite, reuniu com os cerca de 70 comerciantes descontentes.
Hoje à noite, no salão dos bombeiros, está prevista a reunião com o presidente da Câmara Municipal de Chaves, João Batista. \"Vou esclarecer e falar com as pessoas!\", disse o autarca, para quem, neste momento, \"não há razões para alarme\". O autarca garantiu ainda que a Câmara irá exercer as pressões necessárias sobre o empreiteiro, para evitar as temidas \"derrapagens\".
Incómodos e prejuízos
Na reunião de anteontem, os comerciantes justificavam a revolta. \"Nós não estamos contra a obra. Queremos é que ela seja feita rapidamente!\", dizia o dono de um restaurante, a quem o desvio por causa das obras, além de lhe levar clientes, o obriga a um percurso de quase dois quilómetros, em vez do meio quilómetro que fazia antes.
Reiterando a posição do seu par, outro comerciante, José Salvador, garantia as suas angústias \"Nós não estamos contra a obra! Queremos é que ela seja feita rapidamente. E não é com meia duzia de trabalhadores a trabalhar das 9 às 17 horas que isso vai acontecer\".
Ciente das complicações que a empreitada acarreta, o presidente da Junta de Freguesia de Vidago alertou \"Desta vez, as pessoas não vão ter a paciência que tiveram com as obras no campo da feira!\", afirmou, recordando que a intervenção \"divide a vila a meio\".
A obra em causa é uma intervenção conjunta da Câmara Municipal de Chaves (responsável pela renovação de infra-estruturas) e da empresa Estradas de Portugal (a quem cabe a repavimentação). Estava prometida há anos.