Os industriais do granito reclamam há 15 anos um acesso direto à Autoestrada 24 (A24), na serra da Falperra, Vila Pouca de Aguiar, para reduzir custos de transporte das empresas, disse hoje a associação do setor.

A A24 atravessa a serra da Falperra onde estão concentradas 18 pedreiras ativas, distribuídas pelos concelhos de Sabrosa, Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, que representam um volume de negócios de 40 milhões de euros e exportam mais de 70% do granito amarelo real ali explorado.

“E podiam ser mais se os acessos fossem condignos. Nós já há mais de 15 anos que solicitamos um acesso direto da zona das pedreiras à A24”, afirmou à agência Lusa Mauro Gonçalves, presidente da Associação dos Industriais do Granito (AIGRA).

Com esta ligação que, segundo referiu, tem um custo estimado de 2,5 milhões de euros, os industriais poderiam “circular mais rápido, teriam menos custos de transporte, poderiam criar uma economia mais vantajosa e os meios de socorro poderiam atuar de uma forma mais rápida”.

“Neste momento, para chegar a essas pedreiras nós temos que fazer um desvio de mais de 40 quilómetros, passar em aldeias e no centro da vila e demoramos cerca de mais de uma hora quando poderíamos fazer um trajeto em cerca de cinco a 10 minutos”, sustentou.

O acesso reclamado ficaria ao quilómetro 56 da A24, numa zona próxima de pórticos e onde já existe uma saída de emergência.

“Esta saída ficou ali precisamente para fazer a tal ligação ao planalto de Jales, que nunca aconteceu”, afirmou Mauro Gonçalves.

Esta reclamação dos empresários esteve em cima da mesa durante uma reunião, na quinta-feira, entre representantes da AIGRA e o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo.

Mauro Gonçalves disse que o governante lhes comunicou “que o projeto possui viabilidade técnica e que a concessionária da autoestrada mostrou-se aberta à realização das obras”, no entanto, “mencionou a ausência de cabimentação orçamental para o projeto no momento”.

“Nós achamos que, neste momento, há cabimentação orçamental no resto do país para fazer obras megalómanas e uma obra tão essencial para o Interior e para os industriais, não tem qualquer tipo de lógica que não seja realizada”, sublinhou.

Os empresários reuniram também com membros do grupo parlamentar do PS, que, segundo o responsável, “expressaram todo o interesse em recomendar à Assembleia da República a discussão sobre este tópico”.

“Na nossa opinião falta vontade política. Nós já realizamos o projeto dessa obra juntamente com a Câmara de Vila Pouca de Aguiar, há vontade da concessionaria, há vontade da comunidade e há vontade dos industriais e é uma obra que pode ser realizada por 2,5 milhões de euros”, frisou.

E, na sua opinião, este era um investimento de “extrema importância” para ao setor e a comunidade.

O presidente da AIGRA lembrou que a 10 de fevereiro, a associação reuniu com o agora primeiro-ministro, Luís Montenegro, a quem apresentaram a reivindicação do setor e que então mostrou “abertura para estudar” esta medida.



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