Gala Solidária uniu a cidade de Bragança no Teatro Municipal a favor de um objetivo nobre e comum: a luta contra a violência doméstica.
O Conservatório de Música e Dança de Bragança, Kika, a vencedora em 2015 do programa televisivo Fator X, e o grupo musical Bribanda com a participação especial do dançarino Ghost integraram o cartaz da Gala Solidária Contra a Violência Doméstica. Para além de servir para assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, o evento também teve como objetivo angariar fundos para a Casa Abrigo, cuja construção será iniciada em meados de 2016 e terminada, se tudo correr bem, em 2018. Assim, foram cobrados três euros por cada entrada, que revertem na íntegra a favor da obra que terá capacidade para trinta vagas, entre mulheres e menores.
Recorde-se que Bragança foi o sexto distrito com maior prevalência de denúncias de violência contra idosos em Portugal e que o número de novos casos de violência doméstica denunciados disparou em 2014, com um aumento de 32 por cento em relação a 2013.
A Gala teve lugar no Teatro Municipal perante uma plateia bem composta na noite de terça-feira, 1 de dezembro, pelas 21h, tendo sido organizada pelo Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica na pessoa de Teresa Fernandes.
“Quisemos organizar uma atividade de sensibilização, de prevenção do fenómeno de violência doméstica”, revela a principal impulsionadora da iniciativa, que sublinha a luta de “querer combater um fenómeno, de querer alertar toda a comunidade na disseminação da mensagem para não se calar, pois o silêncio perpetua a violência”.
A psicóloga do núcleo tem procurado com uma equipa multidisciplinar combater no terreno a violência doméstica sobre idosos no distrito transmontano. Uma realidade agravada pelo isolamento e pela solidão. Quando existem casos sinalizados, Teresa Fernandes e a sua equipa fazem intervenção direta com as vítimas. Deslocam-se até às suas residências, fazem uma avaliação de necessidades, uma avaliação do risco de reincidência do crime e encaminham as pessoas para os apoios previstos no Estatuto da Vítima. Outra vertente do seu trabalho é a prevenção. “Se não houver uma aposta constante na prevenção, só estamos a tapar o sol com a peneira”, admite. E para atacar este problema de frente e de uma forma precoce, existem dois projetos implementados: a prevenção da violência no namoro e a violência doméstica desde o 1º ciclo. “Se a mudança de mentalidades acontece, é nestas idades”, destaca a psicóloga, numa tentativa de alterar paradigmas.