O primeiro-ministro afirmou hoje, em Vila Real, que a inovação, valorização do território e a descentralização estão "de mãos dadas" para a concretização da estratégia de desenvolvimento a médio prazo para o interior do país.
De visita ao distrito de Vila Real, António Costa passou esta manhã pela fábrica Kathrein Automotive, que produz antenas para automóveis e que exporta 98% da sua produção, e ainda pelo Centro de Excelência da Vinha e do Vinho, instalada no Parque de Ciência e Tecnologia - Regia Douro Park.
O chefe do Governo aproveitou para destacar a importância da inovação e do conhecimento no desenvolvimento do interior do país, que considerou não estar condenado a "nenhuma fatalidade".
"A inovação não é só economia digital, não é só aeroespacial, a inovação é a aplicação de conhecimento mesmo a setores que designamos como tradicionais", afirmou.
E, em Vila Real e na região do Douro, o setor de destaque é a agricultura e a produção de vinhos.
"Hoje, a aplicação deste conhecimento terá para o futuro dos vinhos do Douro a importância tão estratégica como no século passado teve o trabalho braçal que permitiu transformar as encostas do vale do Douro nos terraços onde florescem os vinhos do Porto e do Douro", disse Costa.
E continuou: "não é o trabalho braçal, hoje é a aplicação do conhecimento que vai permitir fazer essa segunda grande revolução no vale do Douro e desenvolver o vinho e a vinha.
Um 'cluster' que, segundo o líder do executivo, não tem só impacto na viticultura mas que se reflete também "em tudo o mais, desde logo na atratividade turística".
"O caminho que nós temos que fazer é continuar a fazer melhor o que já fazemos bem. Se a inovação tem sido a chave do desenvolvimento aquilo que nós temos que ter como prioridade é investir na inovação", sustentou.
António Costa reafirmou ainda que a descentralização é "uma prioridade".
"Porque são os municípios e a devolução das regiões aos municípios que permitirão termos agentes locais com capacidade para fazer esta articulação de que este centro de excelência é exemplo", defendeu.
Ou seja, acrescentou, fazendo uma articulação entre os centros de produção de conhecimento, as universidades e os politécnicos, os empresários e o território que lhes cabe gerir".
"Pode ser feito à distância? Pode, mas é feito pior", frisou.
A Kathrein Automotive arranca, em março, com a segunda fase da expansão da unidade de produção que vai permitir criar mais 150 postos de trabalho em dois anos. Atualmente trabalham nesta fábrica 430 pessoas.
No Centro de Excelência da Vinha e do Vinho, o primeiro-ministro visitou a Plataforma da Vinha e do Vinho, dinamizada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro com o apoio do município de Vila Real.
Esta plataforma vai dispor de 5,3 milhões de euros, nos próximos três anos, e 90 investigadores, liderados pelo cientista inglês Tim Hogg, para estudar a viticultura, os solos ou alterações climáticas.
Foto: UFM