Tudo indica que no próximo mês de Março, será criada no distrito de Bragança a sétima Unidade Local de Saúde do País.
A medida ditará a extinção do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) - responsável pela gestão dos hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros - e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Nordeste - entidade que integra 15 centros de saúde, passando todos a ficar sob a dependência de uma administração conjunta.
Ao que apuramos, este novo organismo tem vindo a ser definido nas últimas semanas com reuniões entre os responsáveis pela área na região e com a ARS Norte.
A ideia é facilitar a circulação de utentes entre centros de saúde e os hospitais e melhorar a qualidade dos serviços e a gestão das unidades de saúde sem distinção entre cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários.
Os médicos podem ter acesso a todo o historial clínico do paciente e aos exames já realizados. Este é outro ponto em que se poderá poupar mais dinheiro, uma vez que há um maior aproveitamento dos recursos públicos de saúde, como os técnicos e os laboratórios, deixando de haver a necessidade de recorrer a serviços privados.
Outra das vantagens apontadas prende-se com o novo modelo de gestão, tendo em conta o efeito de economia de escala conseguido com aquisições feitas em conjunto e a forma mais expedita com que poderão ser contratados profissionais de saúde.
Para além disso vai permitir alterar a forma de financiamento da saúde no distrito, aumentando o valor pago pelo Estado por casa acto médico praticado.
Prevê-se que esta medida vai permitir poupar mais de 12 milhões de euros por ano, o suficiente, por exemplo, para cobrir todo o passivo do CNHE registado em 2009 e que na altura rondou os 10 milhões.
Como contrapartida a esta reorganização, o Ministério da Saúde já avançou, na semana passada, com a extinção definitiva dos médicos à chamada dos SAP em oito centros de saúde do distrito.
O modelo de organização, que integra a gestão de várias unidades de saúde de uma região para optimizar a resposta dos serviços, foi iniciado em 1999 em Matosinhos e só a partir de 2007 voltou a ser aplicado. Em Fevereiro desse ano foi criada a ULS do Norte Alentejano e, em Setembro de 2008, as do Alto Minho, Baixo Alentejo e Guarda. A ULS de Castelo Branco entrou em funcionamento, no início de 2010.