A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse hoje que as regiões do Interior devem ter medidas “muito especiais” de desenvolvimento adaptadas às características de cada território, além das “medidas transversais” para diminuir custos de contexto.
A governante falava após a visita à Associação Aquavalor – Centro de Investigação e Transferência de Tecnologia da Água, em Chaves, no distrito de Vila Real, dando como exemplo o projeto em torno da água, entendendo que este pode ser uma “âncora de desenvolvimento” na região.
“Não acreditamos que seja só com medidas transversais e discriminatórias, que têm de existir, pois estes territórios têm custos de contexto elevados, mas precisamos de ir mais além, olhar cada território ‘per si’ e tentar encontrar em cada território projetos como este que são verdadeiras âncoras de desenvolvimento”, realçou.
Também presente na visita, o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, realçou que o Aquavalor é “um projeto ambicioso” e que tem “todas as dimensões necessárias para que possa ser um instrumento de coesão”.
O projeto junta diversos parceiros como os municípios da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, as Termas de Portugal, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a Universidade de Vigo, de Espanha, balneários termais ou unidades hoteleiras, acrescentou.
“Esperamos ter maior capacidade competitiva, de atração, para sermos territórios em constante processo de aprendizagem, que sejam capazes de atrair e de evitar o que acontece neste momento, que são territórios que estão em perda”, sublinhou o autarca socialista.
Sendo um projeto a médio prazo, Nuno Vaz espera que haja efeitos indutores “muito relevantes”, em áreas como o turismo, energia, investigação, agricultura ou termalismo.
O autarca disse ainda esperar “uma atenção especial do ministério” no que diz respeito à aprovação de diversas candidaturas, sobretudo na vertente dos recursos humanos.
Para Ana Abrunhosa, este “projeto âncora” terá de ser acompanhado pelo ministério na sequência do programa de valorização do interior.
“O Ministério da Coesão Territorial tem a tutela das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e dos programas operacionais regionais e teremos todo o interesse em acompanhar todas as candidaturas. [O Aquavalor] parece um projeto a acompanhar e acarinhar pois vai fazer a diferença no território”, referiu.
A ministra realçou que são necessários projetos que “façam todo o sentido nos territórios mais frágeis”.
Dando como exemplo a cooperação entre o IPB e a Universidade de Vigo no projeto Aquavalor, Ana Abrunhosa destacou que as instituições de ensino são essenciais para alterar os paradigmas dos territórios do interior.
“É necessário valorizar o recurso que temos, mas também diversificar a base económica e isso só se consegue com conhecimento, com ciência e com formação, formação adequada aos desafios que os dias de hoje nos trazem”, concluiu.