As obras de reforço da segurança do troço do IP4, entre Amarante e o Alto de Espinho, concluídas há poucos dias, estão, aparentemente, a surtir efeito, uma vez que, apesar do tráfego intenso desta quadra festiva, não se têm registado quaisquer acidentes, nem mesmo ligeiros.
Esta situação contrasta com igual período do ano passado, no qual se verificaram dezenas de acidentes, alguns com mortos e feridos graves.
A intervenção realizada no IP4, de carácter urgente e que há anos era reclamada pelas \"forças vivas\" da região, incidiu na zona de maior sinistralidade, entre os quilómetros 62,5 e 72, onde este ano perderam a vida mais de duas dezenas de pessoas.
Naquele troço, foram melhoradas as condições de drenagem do piso, que foi também substituído por uma camada de alcatrão mais abrasiva. Além disso, o eixo da via, em toda a sua extensão, recebeu separadores (barras verticais em plástico, conhecidas por balizas), que impedemquaisquer ultrapassagens nas zonas de linha contínua.
Foram também utilizados aqueles elementos para eliminar, em alguns pontos mais sinuosos e com elevada sinistralidade, a faixa central, deixando, portanto, de haver possibilidade de ultrapassagem. Outro aspecto visível é o reforço da sinalização vertical com recurso a materiais reflectores e luzes intermitentes que assinalam as zonas que justificam ainda mais prudência. As delimitações das bermas foram também beneficiadas com bandas sonoras. Por fim, é evidente a presença de um maior número de patrulhas da Brigada de Trânsito da GNR.
Para Luís Bastos, da Associação de Utilizadores do IP4, esta intervenção é \"muito positiva e só peca por tardia\". \"Pela redução acentuada da sinistralidade constata-se que os trabalhos realizados foram eficazes\", disse.
Porém, Luís Bastos não está totalmente satisfeito, reclamando a instalação de radares de controlo de velocidade, fixos, visíveis e sinalizados, idênticos aos que existem na VCI, no Porto.
Do lado dos bombeiros de Amarante, respira-se de alívio, já que deixaram de acorrer aos inúmeros acidentes graves. \"Foi o fim de um pesadelo. Desde que começaram as obras nunca mais houve nada. O único acidente foi causado pelo atravessamento de um javali que causou um capotamento, felizmente sem consequências para os ocupantes do veículo\", disse o comandante interino Gonçalo Monteiro. \"Foi pena que aquilo não tivesse sido feito mais cedo, ter-se-iam poupado muitas vidas\", acrescentou.