Aumento da emigração e as dificuldades do País podem estar na origem de uma inversão de tendência.

As remessas de emigrantes portugueses voltaram a aumentar, após a quebra sentida em anos de crise, como 2008 e 2009, e depois de terem estagnado no último ano. Os dados divulgados pelo Banco de Portugal mostram que os emigrantes portugueses enviaram 822,4 milhões de euros para o País nos primeiros quatro meses do ano, o que representa um aumento de 17,6% face ao homólogo de 2011, e é mesmo o valor mais alto da última década.

Até Abril os emigrantes portugueses já enviaram mais 123 milhões de euros do que igual período de 2011. Miguel St. Aubyn, economista do ISEG, lembra que por um lado existem mais portugueses a sair do país e, por outro, \"é possível que exista um reforço do sacrifício de quem está fora face à actual situação económica do país, numa tentativa de ajudar familiares\".

No entanto ressalva, tal como Filipa Pinho, do Observatório da Emigração, que \"numa primeira fase da emigração a tendência é para gastar dinheiro e não para poupar. Existem despesas que têm de ser asseguradas\".

Jorge Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, também não descarta a hipótese de que: \"Uma tomada de consciência mais forte da situação difícil que se vive em Portugal, com cortes de salários, perdas de subsídios e aumento do desemprego, pode levar a que uma emigração mais antiga seja impelida a ajudar os seus familiares\".

Mas nota igualmente que o número de emigrantes tem vindo a aumentar, e \"mesmo que tipicamente o novo emigrante envie menos dinheiro, por serem mais, é possível que o volume aumente\".

Nota ainda que o aumento da emigração já se faz sentir desde há três ou quatro anos, período em que estima terem saído 80 mil a 100 mil portugueses por ano do País, e portanto, \"após alguns meses de ajuste inicial pode existir uma estabilização da prática do envio de remessas. Teremos de aguardar para ver se a tendência se mantém\".



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No caso dos resíduos

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