O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, diz que «não faz sentido estar a duplicar hoje itinerários principais, enquanto se estão a construir outros de raiz em via simples». Uma reacção emitida ontem, ao JN, um dia depois de o primeiro-ministro ter anunciado que vai ser criada a auto-estrada Vila Real-Bragança, através da duplicação do IP4.
Aires Ferreira frisou que para o distrito de Bragança e para a própria capital, em particular, seria mais importante \\"dispor do IP2 como auto-estrada\\". Na sua opinião, ficaria com um acesso mais rápido ao Centro e ao Sul do país, aproveitando a ligação célere à auto-estrada A23, que une o IP5, na Guarda, à A1, em Torres Novas.
Neste contexto, o edil perspectiva que a ligação por auto-estrada Bragança-Porto vai retirar competitividade à capital brigantina, perdendo, por exemplo, para Chaves. Isto porque sem um IP2 com perfil de auto-estrada, o acesso de Trás-os-Montes e Alto Douro ao Sul do país será feito através do IP3, o que \\"acarreta maiores custos\\" para quem vive no distrito de Bragança e \\"aumenta a centralidade de Vila Real\\".
Entretanto, as autarquias já começaram a receber o estudo prévio do prolongamento da A4 (parte integrante do IP4) entre Amarante e Vila Real. Segundo a Lusa, o estudo propõe quatro soluções de traçado, todas recorrendo a viadutos e túneis, alguns de grande dimensão, para minimizar os impactes ambientais negativos na serra do Marão.
Uma das propostas situa-se a Norte do IP4, com um grande túnel - quase seis quilómetros - entre Aboadela e a Campeã. As restantes são todas a Sul do itinerário.
A segunda solução propõe um traçado quase paralelo à actual estrada, pelo menos entre Amarante e a zona da Boavista/Campeã. A terceira e quarta soluções têm um traçado comum entre a saída do IP4, em Amarante, e a localidade de Carneiro (muito parecido com o do estudo prévio que tinha sido apresentado há três anos para o IC26), onde existirá um nó de ligação com a estrada nacional 101.