O Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Portugal, vai disponibilizar 300 vagas para os estudantes cabo-verdianos de todas as ilhas distribuídas pelos mais de 100 cursos de licenciaturas disponíveis nessa instituição, no ano lectivo 2019/20.
A informação foi avançada hoje à Inforpress pelo director da Escola Superior de Tecnologias e Gestão do IPB, Nuno Ribeiro, à margem do encontro que a uma das três delegações que se encontra no país para dar esclarecimentos sobre os cursos, manteve esta manhã com alunos e os respectivos pais e encarregados de educação do município de São Lourenço dos Órgãos.
Segundo este responsável, de momento, o IPB acolhe 1.170 alunos cabo-verdianos de várias ilhas, sendo que no ano passado tiveram um crescimento de quase 40 por cento (%), daí a limitação de vagas para 300, cujos alunos podem candidatar-se através das câmaras municipais.
A limitação de vagas, conforme explicou, deve-se ainda à internacionalização dessa instituição do ensino superior portuguesa, mas avisou que os cabo-verdianos podem, igualmente, candidatar-se nos cursos de especialização tecnológica (CET), licenciaturas, pós-graduações, pós-licenciaturas e ciclos de estudos de mestrado assim como os outros alunos dos 70 países que actualmente acolhem no IPB.
O IPB, segundo Nuno Ribeiro, considera a cooperação existente com as câmaras municipais “importante”, mas diz que é também “muito importante” para a instituição que os alunos que vão estudar ali possam trazer ‘background’ para Cabo Verde, no sentido de contribuírem para o seu desenvolvimento económico, social e a todos os níveis.
É que, segundo a mesma fonte, para o IPB esta colaboração só faz sentido se os alunos escolherem os cursos que os permitem regressar para país para darem o seu contributo no seu desenvolvimento.
Por isso, no seu entender, é muito importante que na fase de candidatura que os alunos tenham na linha de conta os cursos que o país necessita de ter pessoas com formação superior e que vai ao encontro da estratégia do município e do arquipélago, tendo proposto a escolha pelas áreas como turismo, as mais relacionadas com a agricultura e engenharias.
Na ocasião, a mesma fonte aproveitou para recomendar os futuros alunos que para irem com a ideia de que o estudo é importante, que aquilo que vão aprender num país distante deve ser utilizado no desenvolvimento da sua região, tendo por outro lado, mostrado a total abertura do IPC para os acolher e ajudar a amenizar as dificuldades que possam surgir.
Por sua vez, o presidente em exercício da edilidade laurentina, Moisés Vaz, enalteceu o esforço que o IPB tem vindo a desenvolver aos longos dos anos para acolher alunos cabo-verdianos e a sua abertura em receber no próximo ano mais 300 estudantes nacionais.
À semelhança de São Lourenço dos Órgãos, as três delegações do IPB vão estar em todas as outras ilhas e concelhos no âmbito dos protocolos existentes com as autarquias há mais de seis anos para dar esclarecimentos sobre os cursos, vagas e bolsas de estudo aos futuros alunos que vão ingressar no IPB no ano lectivo 2019/20.
A delegação do IPB já reuniu-se com a embaixadora de Portugal sobre a questão dos vistos e ainda com os responsáveis do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para que os alunos cabo-verdianos possam fazer estágios no respectivo país.
Foto: RC