O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está convencido de que o futuro do ensino superior na região poderá passar pela fusão do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) com a UTAD.
Mascarenhas Ferreira antecipa o que considera poder ser «um dos cenários» e que admite que «será essa, muito provavelmente, a indicação que vai ser dada pelo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico), pedido pelo Estado português, ainda antes do final deste ano, já que esse estudo deverá ser entregue até Dezembro», disse.
Não é a primeira vez que se fala da eventual fusão do Politécnico de Bragança e da Universidade de Vila Real, mas se em Vila Real a questão é consensual, para não dizer desejada, em Bragança, onde durante muitos anos se lutou pela «subida de escalão» de Politécnico para universitário, o «não» é taxativo.
Por isso, para o presidente do IPB, «a posição do reitor da UTAD em nada ajuda a região e agudiza as tensões regionais». Sobrinho Teixeira considera que as declarações são uma atitude de «má fé» por estarem a antecipar cenários nesta altura, quando o relatório da OCDE ainda não está concluído.
Sobrinho Teixeira referiu, ao JN, que não acredita que haja já quem tenha conhecimento do relatório, que só deverá estar concluído em Dezembro. «A OCDE é uma instituição credível e não há conhecimento de nenhuma antecipação do relatório, pelo que qualquer declaração é contraproducente e pura especulação», afirmou.
O presidente do IPB declarou, ainda, que «não é coerente nem produtivo estar a fazer este tipo de declarações, que serviriam apenas como uma almofada para dar cobertura política a uma possível decisão» que, diz, «não acredito que venha a ser tomada».
O relatório da OCDE não deverá apontar este tipo de situação, «porque isso exigiria um grau de profundidade muito maior, uma vez que se trata de um assunto muito sério, além de que a OCDE vai dar directivas globais, mas não vai precisar se há instituições que devem fundir-se ou não», frisou o presidente da instituição brigantina.
Sobrinho Teixeira lamenta que em todo este processo haja uma «histeria colectiva e uma insistência no mesmo assunto, que não é de todo desejável».
No IPB, defende-se que as duas instituições devem ter boas relações. No entanto, Sobrinho Teixeira desdenha completamente uma fusão e classifica as declarações como reveladoras de «atitude voraz». A acontecer a integração, Sobrinho Teixeira antecipa que o ensino superior em Bragança viria a ter um carácter residual.