O Centro Regional de Segurança Social de Vila Real admitiu, ontem, vir a suspender os acordos financeiros com a Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar devido a alegadas irregularidades naquela instituição.
Fonte ligada ao processo disse que \"o Serviço de Fiscalização do Norte da Segurança Social procedeu a uma investigação às valências da Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar, com base numa denúncia sobre possíveis irregularidades no funcionamento do lar de idosos, serviço de apoio domiciliário e centro de dia\".
Os Serviços de Inspecção recomendam, mesmo, que a Misericórdia \"abandone o procedimento de exigir aos candidatos a utentes quantias monetárias que garantam a sua entrada no lar para idosos\". A Santa Casa tem agora de apresentar a sua defesa sobre as alegadas \"irregularidades\", mas o provedor, Domingos Dias, que é também o presidente da autarquia local, já afirmou que \"todas as acusações são falsas\".
Domingos Dias reconheceu que \"houve efectivamente\" uma contribuição de uma idosa, mas diz que foi feita \"voluntariamente e até foi paga por uma companhia de seguros por causa de um acidente que a senhora havia sofrido\".
O relatório da inspecção refere ainda excesso de lotação, já que os acordos de cooperação estipulam um máximo de 50 utentes, encontrando-se acolhidos 57 naquela instituição. Conclui, por outro lado, que a compra de venda de imóveis realizada entre a Santa Casa e a autarquia \"não é transparente ao nível da contabilidade\".
De acordo com o documento, da venda realizada pela Santa Casa à Câmara, \"ficou por liquidar o valor de 50 mil euros, existindo uma dívida à instituição, que, entretanto, não existe registada na contabilidade das entidades\". A inspecção recomenda uma \"rectificação às contas de gerência de forma a espelhar a verdadeira realidade das operações ocorridas\" nos anos transactos.
Quanto à venda de imóveis da Santa Casa à autarquia, o provedor referiu que a transacção foi votada por \"unanimidade\" no Executivo, salientando que \"todo o processo foi transparente\". \"Havia uma mera irregularidade pelo facto de a contabilista não ter colocado, numa alínea, o preço correcto do negócio, mas trata-se de um erro que facilmente se suprime\", frisou.