O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) anunciou hoje que vai passar a ser o intermediário no pagamento de uvas aos viticultores durienses, transação que ocorrerá até 15 de janeiro.
Segundo o instituto público, sediado no Peso da Régua, no distrito de Vila Real, o comunicado de vindima na Região Demarcada do Douro altera a modalidade de pagamento para uvas aptas à denominação de origem Douro e indicação geográfica Duriense, passando, agora, o IVDP a ser intermediário dessa transação.
A proposta do IVDP, já aprovada em conselho interprofissional, visa “evitar atrasos nos pagamentos aos viticultores, mas também evitar algumas vantagens na fixação do preço das uvas derivado desses atrasos”.
“Os compradores de uvas efetuam o seu pagamento aos viticultores através de transferência bancária para o IVDP, indicando as quantidades e os valores a pagar a cada um dos viticultores”, explicou, em comunicado, Gilberto Igrejas, presidente do IVDP.
O instituto acrescentou que quer assim “assegurar que o preço das uvas adquiridas na vindima seja integralmente pago pelos compradores até ao dia 15 de janeiro do ano seguinte à vindima”.
“Vamos garantir que os viticultores recebem até 15 de janeiro o valor da venda de todas as uvas que produziram, as aptas a Porto, a Douro e a Duriense, uniformizando-se, assim, os procedimentos já adotados para as uvas aptas à Denominação de Origem Porto”, afirmou Gilberto Igrejas.
As vindimas já estão em curso na região demarcada.
A previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) aponta para um decréscimo de 20% na produção de vinho no Douro.
Em 2019, a produção declarada nesta região vitivinícola foi “acima da média” e atingiu as 278 mil pipas de vinho (550 litros cada).
De acordo com o IVV, a variabilidade meteorológica verificada nos meses de abril e maio potenciaram a ocorrência de míldio e de oídio o que obrigou à realização de vários tratamentos fitossanitários na região demarcada. Recentemente o calor excessivo tem provocado escaldão nas uvas.
No entanto, o instituto público realçou que, no geral, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário.
No total, nesta vindima, o Douro vai transformar 102.000 pipas de mosto em vinho do Porto, destinando 92.000 pipas de mosto para beneficiar no âmbito da programação normal de vindima e 10.000 pipas para a reserva qualitativa, que estar bloqueada por um período de três anos e entrará depois, de forma faseada, no mercado
O quantitativo representa uma diminuição de 6.000 pipas face a 2019 e reflete as quebras de vendas ocorridas no mercado nacional e internacional devido à pandemia de covid-19.
O benefício é a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto e é também considerada uma das principais fontes de rendimento dos produtores durienses.