O secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse hoje ser necessário “regular mais” as sociedades desportivas, o que será possível através do novo regime jurídico, a par da captação de mais e melhor investimento.
À margem de uma visita às instalações do Desportivo de Chaves, que milita na I Liga de futebol, João Paulo Correia abordou um assunto que “tem feito parte de todas as conversas” com as sociedades desportivas pelas quais tem passado a propósito do périplo de visitas do governante pelos clubes profissionais.
“Mais de 20% das sociedades desportivas criadas em Portugal caíram em situação de insolvência ou extinguiram-se, o que significa que é preciso regular mais este setor”, disse à agência Lusa.
Neste sentido, João Paulo Correia garante que a proposta que o Governo aprovou em Conselho de Ministros “e que, agora, está a caminho da Assembleia da República, que terá a palavra final”, procura cumprir “dois objetivos”.
“O novo regime jurídico das sociedades desportivas procura, por um lado, equilibrar a relação entre o clube fundador e a sociedade desportiva e, por outro lado, ao mesmo tempo, ter aqui uma captação maior de investimento, mas do bom investimento e do bom investidor”, explicou.
Mais ainda, a proposta de lei permitirá, também, “criar um regime sancionatório, que não existe na lei” a par de “uma entidade fiscalizadora” que assegure que esse conjunto de regras definidas sejam “cumpridas”.
Em 12 de janeiro, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, a proposta de lei que revê o regime jurídico das sociedades desportivas.
É através destas que “todos os clubes” da I e II ligas participam nas “competições profissionais do desporto português”, motivo pelo qual o Governo vê a relação com as mesmas como “uma relação com um setor de atividade que contribui para a economia nacional”, frisou João Paulo Correia, referindo-se à receita gerada, à criação de postos de trabalho e, ainda, às exportações.
“No mercado de transferências, a indústria do futebol português apresenta, sempre, resultados extraordinários à escala europeia e contribui, também, para aquilo que é a reputação externa do país, através da prestação [de] alguns clubes portugueses que participam e se qualificam para as provas europeias”, sublinhou.
No que ao Desportivo de Chaves diz respeito, João Paulo Correia elogiou o clube que acompanha “desde criança” e que vê “como o representante de uma região”, ainda que se debata “com maiores dificuldades para militar no primeiro escalão do futebol nacional”.
“O clube tem, hoje, uma estratégia de médio e longo prazo, uma gestão muito racional, muito consciente, segundo me foi transmitido, um orçamento muito adequado à receita que gera. Há, obviamente, aqui algum orgulho pela classificação atual mas, também, porque sabem que a próxima época está um pouco assegurada pela gestão que tem recebido por parte da administração desta sociedade desportiva”, reiterou.
Na opinião do governante, o clube transmontano “tem o pensamento no futuro”, o que “dá confiança aos associados, aos adeptos e à região, que deseja muito que o [Desportivo de] Chaves continue na I Liga do futebol profissional”, concluiu.
SEJD defende “repartição de responsabilidades” no combate à violência no desporto
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto alertou hoje para a necessidade de “repartição de responsabilidades” no combate à violência no desporto, frisando que as medidas aprovadas pelo Governo respondem “aos novos fenómenos”.
“Tem de haver aqui repartição de responsabilidades. Cabe ao Governo apresentar as medidas, cabe à Assembleia da República debatê-las, aprová-las e fazer as alterações que entender, e cabe também aos organizadores das competições desportivas, clubes e adeptos terem aqui uma maior responsabilidade”, reiterou João Paulo Correia, em declarações à agência Lusa.