O português Jóni Brandão (Efapel) assumiu hoje a liderança da Volta a Portugal em bicicleta, na chegada da sétima etapa à Serra do Larouco, em Montalegre, de onde saiu vencedor Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista).
Numa tirada de 156,2 quilómetros iniciada em Bragança e que Luís Gomes cumpriu em 4:25.39 horas, fazendo vingar uma fuga, Jóni Brandão foi o mais forte no grupo dos favoritos, terminando a 3.35 minutos do vencedor, com 11 segundos de avanço sobre João Rodrigues (W52-FC Porto) e 40 em relação ao também portista espanhol Gustavo Veloso, que perdeu a camisola amarela nas rampas de primeira categoria do Larouco (1.503 m).
Jóni Brandão, que nesta volta já teve uma penalização de 10 segundos, passou para a liderança com um segundo de avanço sobre João Rodrigues e 15 para Gustavo Veloso, um dia depois de os dois 'dragões' terem sido vítimas de queda na chegada a Bragança.
Na sexta-feira, a oitava etapa vai ligar Viana do Castelo a Felgueiras, na extensão de 158 quilómetros, com um novo final a subir, desta vez alto de Santa Quitéria (3.ª categoria).
Foto PODIUM / Paulo Maria
Presidente de Cabo Verde assistiu ao final da sétima etapa
O presidente da república de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, assistiu hoje ao final da sétima etapa da 81.ª Volta a Portugal em bicicleta, na Serra do Larouco, em Montalegre, no âmbito de uma “visita privada”.
“Estou numa visita privada em Portugal, por poucos dias, e em Montalegre a convite do presidente da câmara. Deu-se a coincidência e fiz questão de vir ver. É a primeira vez que assisto a um final [de etapa]”, contou o presidente após a chegada, numa tirada ganha pelo português Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista).
Confesso “amante do desporto”, Jorge Carlos Fonseca disse que as condições climatéricas de hoje “foram ímpares para um cabo-verdiano, com o nevoeiro, a chuva e o vento”, apelidando a experiência de “bastante interessante”.
Depois de se encontrar com o diretor da prova, Joaquim Gomes, e o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, o chefe de Estado enalteceu as “boas condições de Cabo Verde para este desporto” e lembrou um protocolo de formação e treino entre federações dos dois países.
A 81.ª Volta a Portugal em bicicleta decorre até domingo, encerrando com um contrarrelógio entre as cidades de Vila Nova de Gaia e Porto.
Declarações - 7.ª etapa
Declarações após a sétima etapa da Volta a Portugal em bicicleta, que hoje ligou Bragança e a Serra do Larouco, em Montalegre (156,2 quilómetros):
Luís Gomes (vencedor da etapa e líder da classificação da montanha): “É a minha primeira vitória na Volta. Tenho de agradecer aos meus companheiros e ao Hugo Nunes, que veio comigo na fuga. Acreditou mais do que eu que eu conseguia vencer. É uma vitória para toda a equipa.
Foi sempre aos arranques, todos queriam isolar-se. Tentei gerir e sabia que tinha de responder a alguns. Tenho uma boa ponta final e consegui vencer.
Queria ir para a fuga para conservar a camisola azul. Conseguir isso e uma vitória de etapa já me faz ter uma excelente Volta”.
Jóni Brandão (líder da classificação geral e 13.º na etapa): “O mais importante é que sou líder. Por um segundo se ganha, por um se perde. Ainda está tudo em aberto.
Jogada tática das equipas, como é normal. Chegou a fuga [isolada ao final], e eu limitei-me a dar o máximo para ver se conseguíamos recuperar algum tempo. O que interessa é ser camisola amarela nos Aliados [no final da 10.ª e última etapa].
Esta foi uma subida muito rápida, com muito vento a favor, limitei-me a atacar e a fazer o que mais gosto, que é atacar".
Gustavo Veloso (terceiro à geral e 24.º na etapa): “Foi sempre a subir muito rápido, cada um foi para o seu lugar porque todos chegámos no limite. Sabia como era a subida, mas não consegui ser mais rápido. Fui no limite. Uma queda [como a da véspera] afeta sempre. Dentro do mau, salvei o dia como possível. Vamos ver nos próximos dias”.
João Rodrigues (segundo à geral e 14.º na etapa): “Claro que a etapa custou muito, com a queda de ontem [quarta-feira]. O tempo está assim para todos, mas eu fui ao chão e ainda estou um pouco dorido.
Por um segundo se ganha e por um segundo se perde. Perdi por um segundo, ainda posso ir ganhar por um segundo. É assim a corrida”.
Hugo Sancho (segundo na etapa e 15.º à geral): “Sabia que era o homem mais forte da fuga, tentei a sorte desde o início da fuga. É pena que os portugueses prefiram deixar ganhar um estrangeiro do que um português. O Hugo Sancho não quis colaborar. Ganhou um bom ciclista, o Luís Gomes, que sabia que era mais rápido do que eu.
Vamos tentar conseguir mais alguma coisa no que falta. Em ritmo era o homem mais forte. Não sou rápido e perdi aqui”.
Álvaro Morata (sexto na etapa): “Fez-se uma chegada muito dura, com o vento, ataquei um pouco longe demais, talvez. Faltaram-me pernas naquele ataque, não era o mais forte da fuga”.