A repetição do concurso para diretor do Museu Abade de Baçal de Bragança confirmou o resultado da seleção anterior, com a nomeação de Jorge da Costa publicada hoje em Diário da República.

Jorge da Costa tinha sido nomeado em outubro de 2022, mas o concurso foi anulado devido a uma falha administrativa usada por um dos candidatos para o contestar.

O procedimento não foi publicitado, como obriga a lei, na Bolsa de Emprego Público (BEP) e a tutela decidiu avançar com novo processo de seleção e manter Jorge da Costa à frente do museu, mas nomeado em regime de substituição.

O novo concurso foi aberto em março e Jorge da Costa foi o único candidato, tendo sido oficialmente nomeado “para o exercício do cargo de diretor do Museu do Abade de Baçal e Domus Municipalis” de Bragança, num despacho da diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, publicado hoje em Diário da República.

Jorge da Costa é um profissional do quadro da Câmara de Bragança e esteve 14 anos à frente do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, um equipamento cultural municipal.

Concorreu ao cargo de diretor do Museu Abade de Baçal e ganhou o concurso público com mais de 19 valores em 20, tendo tomado posse em outubro de 2022.

Poucos meses depois o concurso foi anulado e repetido, tendo como resultado a confirmação do nome de Jorge da Costa como diretor.

Formado em Humanidades, pela Universidade Católica de Braga, tem pós-graduação e mestrado em Arte Contemporânea, pela Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, e é doutorando em Estudos do Património - Museologia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A sua nota biográfica indica ainda que é membro das equipas da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea da Direção-Geral das Artes e do Laboratório de Artes na Montanha - Graça Morais.

O Museu Regional Abade de Baçal, faz parte da rede nacional de museus, foi criado em 1915 e recebeu o nome do fundador, figura de destaque na cultura transmontana pela recolha arqueológica e etnográfica que fez no Nordeste

Neste espaço, ainda hoje pode ser vista a arqueologia que o Abade de Baçal recolheu pela região e catalogou, desde as telas funerárias, aos marcos, esculturas zoomórficas, epigrafia funerária ou numismática.

Além do legado do Abade, o Museu guarda uma coleção única de desenhos de Almada Negreiros, oferece diferentes exposições temporárias, e a exposição permanente com um acervo desde a pintura ao desenho, retábulos ou um teto pintado proveniente da igreja dos jesuítas.

A par da exposição permanente, o museu tem patente, até ao final de julho, a mostra dedicada a Silva Porto, com base na coleção de desenhos do artista do Naturalismo português, "Silva Porto - 100 desenhos e duas pinturas", e já expôs este ano obras em reverva, que incluem artistas como Domingos Sequeira e Francisco Metrass, na exposição "Restaurar o património, preservar a memória", lançando em simultâneo uma campanha de angariação de fundos destinados ao restauro de algumas destas peças.

O diretor agora nomeado é também responsável pela Domus Municipalis de Bragança, classificada como Monumento Nacional desde 1910 e descrita como “um raro exemplar da arquitetura românica civil” pela Direção Regional de Cultura do Norte.

O edifício, situado na zona do castelo de Bragança, “teve a dupla função de cisterna e sede das reuniões municipais” e, embora “sem consenso entre os especialistas, a construção do edifício terá ocorrido entre os séculos XII e XV”.

Foto: MAB



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