O novo presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, revelou hoje que pretende criar um conselho estratégico para chamar mais parceiros a dar contributos para o futuro deste território.

Jorge Fidalgo é presidente da Câmara de Vimioso e foi eleito, na segunda-feira, presidente da CIM depois de as eleições autárquicas terem ditado uma alteração do mapa político, em que o PSD passou a ter cinco das nove câmaras desta comunidade intermunicipal.

O autarca social-democrata sucede ao socialista Artur Nunes e tem entre os objetivos para este mandato constituir um órgão que nunca existiu localmente, o Conselho Estratégico, para chamar “não só os que estão no território, mas também os que têm relação com o território e que estão fora, incluindo a própria diáspora”.

“Podemos chamar pessoas que não estando no território têm as suas raízes no território e podem e certamente estarão disponíveis para contribuir para o território. Ter pessoas de várias áreas que possam ser conselheiros e ajudar-nos também a construir a estratégia a médio prazo para o território”, disse à Lusa.

A estratégia terá que, como defendeu, assentar na atração e fixação de pessoas e criação de emprego, apostando em dar mais visibilidade ao território.

O novo presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes entende que “é fundamental dar a conhecer mais o território” e para isso preconiza também “uma relação muito mais estreita com representantes na Assembleia da República”, concretamente os três deputados (dois do PSD e um do PSD) eleitos pelo círculo eleitoral de Bragança.

“A informação tem de correr, se calhar, de outra forma, é preciso também chamá-los e ouvi-los na própria Comunidade intermunicipal. Preocupa-me é que contributos e que informação é que pode chegar à CIM, que informação é que pode chegar à Assembleia da República ou a membros do Governo para nós facilitarmos os processos de desenvolvimento do nosso território”, sustentou.

Nesta estratégia destacou também a “proximidade com o Governo”, no sentido de a CIM ser parceira a resolver problemas deste território.

O modelo das CIM “não é o ideal” para Jorge Fidalgo, que é “muito mais defensor do processo da regionalização”.

“De qualquer das formas é o modelo que temos e temos que saber tirar o maior partido possível dessa organização, dessa instituição”, declarou.

O autarca defende que a CIM tem “que ter uma voz muito ativa naquilo que são os fundos estruturais, os fundos comunitários, o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e reclama que “as decisões sejam cada vez menos centralizadas”.

“Tem que ser dada voz aos agentes políticos locais, que por sua vez devem estar cada vez mais abertos àquilo que são as chamadas forças vivas, chamá-las para também ouvir as opiniões e as sugestões porque, de facto, num território cada vez com menos gente, cada vez são mais importantes todos para darem os melhores contributos”, preconizou.

Jorge Fidalgo foi eleito para assumir a liderança deste órgão durante os próximos quatro anos e tem como Vice-presidentes os autarcas de Vila Flor, Pedro Lima, e de Vinhais, Luís Fernandes, primeiro e segundo Vice-Presidentes do Conselho Intermunicipal, respetivamente. A lista única, proposta pelo Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, foi eleita com 6 votos a favor e três em branco

Além de presidente da Câmara de Vimioso há oito anos e agora da CIM Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo é também presidente da distrital de Bragança do PSD.

Na reunião foi também a proposta a manutenção do Secretariado Executivo Intermunicipal, composto por Rui Caseiro, Primeiro Secretário, e Manuel Miranda, Secretário Executivo Intermunicipal. Esta proposta será agora enviada ao Presidente da Assembleia intermunicipal que desencadeará os procedimentos necessários à sua votação pelo órgão deliberativo da CIM-TTM.

A CIM Terras de Trás-os-Montes reúne nove municípios, nomeadamente Bragança, Alfândega da Fé, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Vila Flor, Vinhais e Vimioso.

 



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