O deputado do PS e antigo secretário de Estado da Administração Interna Jorge Gomes volta a ser candidato do partido à presidência da Câmara de Bragança, naquela que é a terceira tentativa de conquistar a autarquia liderada pelo PSD.
Jorge Gomes foi candidato nas Autárquicas de 2001 e 2009 contra o anterior autarca social-democrata Jorge Nunes e volta a entrar na corrida autárquica em que tem como adversário pelo PSD o atual presidente da Câmara, Hernâni Dias.
“Apresento-me a estas eleições para ganhar”, enfatiza o candidato, que tem como lema “Despertar Bragança” e conseguiu fazer listas em quase todas as 39 freguesias e uniões de freguesia do concelho, quando há quatro anos o PS formalizou candidaturas em pouco mais de metade.
Jorge Gomes entra na corrida para as eleições de 26 de setembro convicto de que “desta vez há determinação para ganhar, para mudar o rumo de Bragança, para despertar Bragança e tirá-la do adormecimento em que tem estado”.
O candidato tem 69 anos, é empresário e é atualmente o único deputado do PS, na Assembleia da República, eleito pelo círculo de Bragança, assim como presidente da federação distrital de Bragança do partido.
Fez parte do primeiro Governo de António Costa e saiu da Administração Interna na sequência dos incêndios de 2017.
Foi o último governador civil do distrito de Bragança, imediatamente antes de este cargo político ter sido extinto em Portugal.
Jorge Gomes diz que é preciso acabar com o que descreve como “a inércia nos últimos oito anos”, que resume “num lavar de face”, referindo-se às intervenções na Avenida Sá Carneiro.
Com este dinheiro, defende, teria sido possível resolver a falta de saneamento básico e de água que persiste nas aldeias do concelho. Promete que irá “trabalhar o mundo rural a pensar nas pessoas que lá vivem, sobretudo os idosos”.
O candidato do PS diz que não esquece o mundo rural, entre os 35.722 eleitores do concelho, e considera que “é uma vergonha” neste século existirem no concelho de Bragança “muitas aldeias que não têm água, em que a água é entregue pelos bombeiros”.
Jorge Gomes assume também como uma luta desta candidatura o regresso da ferrovia a Bragança, desativada em toda a região no início da década de 1990.
“Não descansarei enquanto Bragança não for contemplada no plano nacional ferroviário”, afirmou, acrescentando que insistirá neste tema tal como fez com a inclusão, no Plano de Recuperação e Resiliência, da ligação rodoviária transfronteiriça entre Bragança e Puebla de Sanábria.
O PS teve, há quatro anos, 27% dos votos em Bragança e elegeu dois vereadores para o executivo municipal, onde o PSD tem cinco eleitos.
O Partido Socialista já teve a liderança da Câmara de Bragança, perdida, em 1997, para o PSD, que há seis eleições autárquicas consecutivas segura a presidência da capital de distrito.
Texto: Helena Fidalgo/Lusa, Fotografia: António Pereira