O presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, manifestou sexta-feira a convicção de que dentro de pouco tempo o aeródromo municipal será a alternativa ao aeroporto do Porto e destino de voos turísticos de baixo custo. A pensar neste objectivo, a autarquia acaba de adjudicar equipamento de apoio à navegação aérea e encomendou um estudo para a ampliação da capacidade do aeródromo. O autarca anunciou ainda que está a instalar-se naquele espaço uma empresa de Braga, a Aeronorte, com oficinas de reparação de aeronaves, que considerou \"determinante\" para aliciar operadoras, na medida em que garantirá apoio à manutenção.
\"O nosso aeródromo é no conjunto da rede dos 24 aeródromos do país aquele que reúne melhores condições, quer em termos de cumprimento quer em termos de qualidade da pista\", garantiu o autarca.
Segundo Jorge Nunes, o aeródromo de Bragança faz parte também do conjunto restrito das cinco infra-estruturas aeroportuárias nacionais com certificado de voo internacional, junto com os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e o aeródromo de Cascais.
Dentro de precisamente um ano, em meados de 2008, deverá estar operacional um sistema de apoio à navegação aérea que vai facilitar a operacionalidade das aeronaves, mesmo em condições adversas.
A autarquia adjudicou a uma empresa da especialidade o equipamento que consiste numa estação VOR/DME e sistema de telesinalização e telecontrolo.
Este equipamento facilitará a utilização do espaço aéreo local e a aproximação à pista, fornecendo informação de forma automática, segundo explicou o autarca.
\"Aviões de determinado porte nunca arriscariam aceder ao espaço aéreo de Bragança sem este apoio\", disse.
De acordo com Nunes, trata-se do segundo patamar em termos de segurança aeronáutica para a aviação civil, só superado pelo sistema instalado nas pistas dos grandes aeroportos, que permite as aterragens em piloto automático.
O novo sistema custará 1,3 milhões de euros e esta apenas dependente do visto do Tribunal de Contas que impÎs a autorização da assembleia municipal para o negócio.
Depois de instalado este equipamento e com os actuais 1700 metros de pista, o autarca acredita que o aeródromo e Bragança poderá assumir-se como alternativa ao aeroporto do Porto, a mais de 200 quilómetros.
\"Este aeródromo poderá, para alguns voos de média dimensão, servir de alternativa a uma situação de impossibilidade de aterragem no Porto\", garantiu.
Jorge Nunes ambiciona transformar o aeródromo em aeroporto Regional com voos regulares, sobretudo turísticos e propõe-se atrair companhias de baixo custo, a chamadas low-cost.
A autarquia encomendou um estudo para a reorganização de toda a infraestrutura aeroportuária, que abrange também a possibilidade de alargamento da pista.
\"No final deste quadro comunitário de apoio gostava de ver voos de baixo-custo a operar em absoluta regularidade neste aeródromo\", afirmou.
A perspectivas é reforçada pela intenção do promotor do empreendimento de 250 milhões de euros FunZone Villages, projectado para Alfândega da Fé, de utilizar o aeródromo de Bragança.
O autarca confirmou à Lusa ter sido contactado nesse sentido e manifestado disponibilidade para os voos que transportariam, sobretudo turistas ingleses, o público alvo do empreendimento, pensado para pessoas com todo o tipo de deficiência.
\"Oxalá o projecto avance\", afirmou o autarca, que actualmente vê a utilização doa aeródromo reduzida à carreira aérea Bragança/Vila Real/ Lisboa.
A operadora responsável pela ligação. a Aerocondor, enfrenta dificuldades financeiras com os quais justificou a suspensão da ligação Bragança/Paris, e alguma irregularidade nos voos para a capital.
A ligação a Lisboa está regularizada, com duas viagens diárias em ambos os sentidos, mas a Aerocondor está a operar com uma licença provisória até o INAC decidir se tem condições para continuar a voar.
\"O importante é que a empresa consiga recuperar das suas fragilidades e continue a assegurar as ligações para Lisboa e retome a ligação Bragança/Paris, logo que possível\", afirmou o autarca.