O coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, Henrique Barros, afirmou hoje que não existem em Portugal casos de infecção do vírus por transmissão profissional na área da saúde.

Henrique Barros falava à Lusa a propósito das II Jornadas Internacionais de Cirurgia das Beiras e Trás-os-Montes que decorrem quarta-feira no Instituto Piaget de Viseu, um evento em que será debatido o tema das infecções por vírus como o da sida ou das hepatites em meio hospitalar.

De acordo com informações da organização deste evento, «90 por cento dos profissionais de saúde com HIV foram infectados em ambiente hospitalar».

«Infecções como a Sida, Hepatite B e Hepatite C são alguns dos riscos a que os profissionais de saúde estão diariamente expostos como consequência da picada acidental com uma agulha, por exemplo, num serviço de urgência de um hospital», lê-se na documentação das jornadas.

Os enfermeiros portugueses estão «especialmente preocupados com esta situação», uma vez que dados internacionais indicam que são estes os profissionais de saúde que mais expostos estão às picadas, nomeadamente de agulhas e bisturis.

Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse à Lusa que «não existem dados em Portugal» sobre o número de profissionais de saúde infectados por esta via.

Henrique Barros garante que não existem casos de transmissão do VIH por transmissão profissional.

«Existe o risco, mas não há casos de profissionais de saúde infectados por esta via», disse.

De acordo com o coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, a principal razão das picadas com agulhas deve-se à utilização incorrecta, como a colocação de tampas em vez de colocar a agulha no recipiente, logo após a administração do produto.

«Os acidentes dependem das boas práticas», garantiu.

Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que nove em cada 10 profissionais de saúde infectados com o vírus da sida contraíram a doença acidentalmente devido à picada acidental com uma agulha no local de trabalho.



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