O Tribunal de Bragança começou hoje a julgar cinco homens suspeitos de pertencerem a uma alegada rede de tráfico de canábis que operava a partir de Mirandela para a zona Norte e Centro do país.
A droga chegaria aos distritos de Bragança, Vila Real, Porto e Aveiro. Depois de uma investigação, que durou cerca de um ano, da Guarda Nacional Republicana (GNR), foram detidos em outubro de 2022 três homens com idades entre 44 e 69 anos: um feirante, um pintor da construção civil e um talhante reformado, residente no concelho de Mirandela, que foi apontado pelas autoridades como cabecilha do grupo.
Na altura, fonte da GNR adiantou que a apreensão de canábis - 27 quilos - foi uma das maiores na região nos últimos 10 anos.
No decorrer do processo, foram constituídos mais dois arguidos que também se sentam no banco dos réus.
As autoridades acreditam que a droga seria plantada, embalada e preparada para venda pelo reformado, que depois fazia chegar a revendedores através dos intermediários. Tudo seria feito numa quinta nos arredores da cidade de Mirandela, que, referiam na altura as autoridades, estava protegida com câmaras de vigilância e cães.
Na apreensão, parte da droga estava, de acordo com relato à época da GNR, disfarçada no meio envolvente e parte estava enterrada em recipientes usados normalmente para guardar produtos agrícolas, como azeite.
Na primeira sessão de julgamento, o alegado cabecilha, que está em prisão preventiva, quis prestar declarações. Assumiu que plantou canábis em 2018 e 2019, altura em que lhe foi diagnosticado cancro e hipertensão. Disse que começou a usar o produto estupefaciente para consumo próprio, em chá, por acreditar ser benéfico.
O arguido admitiu ter vendido depois, em pequenas quantidades, a várias pessoas, mas negou ter vendido droga fora de Mirandela.
À época dos factos foram também apreendidos dinheiro, armas e diversos material ligado ao tráfico de estupefacientes.
O julgamento prossegue dia 20 de fevereiro.