O julgamento dos dois autarcas de Abaças, Vila Real, acusados de alegada corrupção num negócio de pinheiros, continua a 2 de Março para audição de uma testemunha que terá escrito uma carta incriminatória para os arguidos.

O Ministério Público (MP) acusa o presidente social-democrata da Junta de Freguesia de Abaças, Fernando Gaspar, e o então presidente da Assembleia de Freguesia, Carlos Abreu, do crime de corrupção ligado ao exercício das suas funções. A acusação envolve também os madeireiros João Nogueira e Franquelim Santos Mendes, a quem, alegadamente, em 1994, os dois autarcas terão exigido o pagamento de 14.000 euros para os favorecerem na venda de pinheiros baldios.

Na sessão de ontem foram ouvidas duas testemunhas arroladas pelo MP, que solicitou ao colectivo de juízes que as autoridades judiciais diligenciassem no sentido de encontrar uma mulher com o nome de Maria Varandas, a qual terá sido a autora de uma carta entregue à acusação em Dezembro.

Nesta carta, a alegada autora acusa os autarcas de tentarem convencer a testemunha Mário Barros da Conceição de mentir em tribunal sobre um negócio de venda também de pinheiros há 12 anos, entre a sogra de Carlos Abreu e Franquelim Santos Mendes.

Em sessões anteriores, a defesa dos arguidos evocou este negócio para explicar um cheque entregue pelo madeireiro ao autarca, no dia em que foram abertas as propostas de aquisição dos pinheiros da junta e que alegadamente se destinava a saldar as contas desta primeira transacção.

Mário Barros da Conceição falou sobre uma troca de matas entre si e a sogra de Carlos Abreu, referindo que este terá posteriormente vendido os pinheiros resultantes daquela troca ao madeireiro.
O colectivo de juízes pretende ouvir a autora da carta na próxima audiência de julgamento, que decorre a 2 de Março.



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