O julgamento da morte do estudante cabo-verdiano, em Bragança, tem mais três sessões para começar a ouvir as primeiras das mais de 30 testemunhas de acusação, entre os quais peritos forenses, divulgou hoje o tribunal.
A terceira sessão do processo com sete acusados do homicídio do jovem Giovani Rodrigues decorreu hoje ainda sem concluir a audição dos arguidos, o que se prevê venha a acontecer na próxima audiência marcada para 02 de março, que terá continuidade a 03 e 22 de março.
O coletivo de juízes irá ainda acabar de ouvir um dos arguidos que começou a prestar depoimento hoje e o sétimo e último dos acusados e dará iniciado à lista de testemunhas da acusação, a começar pelos peritos.
De entre as mais de 30 testemunhas arroladas pelo Ministério Público, apenas nove vão ser chamadas para as três sessões já agendadas para o mês de março, segundo o tribunal.
O julgamento começou a dez de fevereiro e todos os sete acusados quiseram prestar declarações em tribunal, o que ocupou as primeiras três sessões.
Os acusados deste processo, todos da zona de Bragança, respondem pelo crime de homicídio qualificado consumado relativamente à vítima Giovani, e pelo crime de ofensas à integridade física qualificadas no que se refere a outros três cabo-verdianos do grupo.
Dos arguidos, três encontram-se em prisão preventiva e quatro em prisão domiciliária.
Os factos remontam à madrugada de 21 de dezembro de 2019 quando o grupo de quatro cabo-verdianos se terá envolvido numa desavença, num bar, com jovens de outro grupo residentes em Bragança.
A escaramuça no bar ficou sanada, mas terá sido iniciado um segundo episódio já na rua, a alguns metros, instigado pelos jovens cabo-verdianos, segundo a acusação.
A acusação refere que os três amigos conseguiram fugir e que Giovani, de 21 anos, foi agredido por vários elementos do outro grupo até ser resgatado pelos amigos e fugirem os quatro.
A defesa dos arguidos aposta na tese de que se tratou “apenas de uma rixa”.
O estudante cabo-verdiano, que tinha chegado à região há pouco mais de um mês para estudar no Politécnico, foi encontrado sozinho caído na rua, a vários metros do local da desavença, e levado para o hospital de Bragança, tendo sido transferido para um hospital do Porto, onde morreu dez dias depois.
Segundo consta do processo judicial, o jovem apresentava uma taxa de alcoolemia de 1,59 gramas por litro de sangue.
A autópsia, citada no tribunal, não é conclusiva, na medida em que indica que a causa da morte pode ter sido homicida ou acidental.
Foto: AP