A Junta de Mouçós e Lamares, em Vila Real, disponibiliza um carro para transportar os idosos ao médico ou à fisioterapia, reforçando o apoio aos mais velhos que também fazem ginástica, trabalhos manuais ou atividades musicais.
Confrontada com o envelhecimento da população das 26 aldeias da freguesia, a União das Freguesias de Mouçós e Lamares tem vindo a reforçar as medidas de apoio aos mais velhos.
É o caso de, segundo afirmou hoje o presidente Hélder Afonso, um automóvel elétrico, atribuído pelo Fundo Ambiental, que está disponível para dar resposta às necessidades dos mais idosos, dos que vivem sozinhos e/ou isolados e dos que não dispõem de um meio de transporte alternativo.
“Tem o objetivo de levar os idosos ao médico, à fisioterapia, levá-los a comprar medicação e, se for necessário, também, à compra de bens de primeira necessidade”, explicou o autarca.
Os utentes apenas têm de fazer os agendamentos na junta e, depois, um colaborador faz o transporte e, se for necessário, até os acompanha ao consultório do médico.
Os transportes são feitos para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), aos centros de saúde, às clínicas de fisioterapia ou às farmácias.
“Eu chamo-lhes apoios discriminatórios pela positiva. As juntas são as entidades que mais próximas estão do cidadão, que melhor conhecem as necessidades dos cidadãos e que melhor podem ajudar os seus cidadãos”, salientou.
Mas, para além deste programa, a junta dinamiza também o programa Bila Sénior, em conjunto com a Câmara de Vila Real e o Centro Social e Paroquial de Mouçós, através do qual são realizadas atividades como ginástica, trabalhos manuais ou música.
Estas atividades realizam-se nos edifícios de oito antigas escolas primárias, que foram transformados em centros de convívio.
“Esta é também uma forma de dar utilidade às antigas escolas primárias. É uma forma de as reaproveitar, dar vida, mas também dar vida aos nossos idosos e, ao mesmo tempo, ver como eles estão. Muitos deles estão isolados e este trabalho acaba por ser fulcral na identificação de algumas problemáticas dos idosos”, afirmou Hélder Afonso.
O responsável acrescentou que são cerca de 100 idosos que são monitorizados e apoiados com estas atividades diárias.
“O objetivo é que os idosos estejam ativos. A maioria deles estão sentados em casa e esta hora é fundamentalmente para lhes dar alguma atividade”, afirmou o monitor Jorge Almeida.
A música popular anima as sessões de ginástica na antiga escola primária de Mouçós e as participantes numa das sessões aderem ao que chamam em tom de brincadeira “zumba rural”.
Maria Adelaide Matos, 86 anos, fica animada pela música e diz que gosta destas aulas pela ginástica e pelo convívio, lamentando os dois anos de covid-19 em que as atividades estiveram suspensas.
Também Ondina Botelho, 75 anos, não perde as aulas. “Adoro, passa-se um bocado de tempo e se for a dançar ainda melhor. Adoro dançar”, afirmou, referindo que também costumam fazer jogos de memória com cartas.
O Bila Sénior é dirigido aos maiores de 55 anos e é desenvolvido nas 20 freguesias do concelho de Vila Real.
“Os objetivos são a promoção de hábitos de vida saudáveis, a promoção do bem-estar e também a diminuição da dependência deste público-alvo dos cuidados de saúde”, afirmou o vice-presidente da Câmara, Alexandre Favaios.
O programa envolve cerca de 450 idosos nas 20 freguesias e as atividades são adaptadas a casa um dos grupos.
Este ano, em parceria com o Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), vão ser quantificados os benefícios que o programa tem junto desta população, através de testes físicos, avaliação da qualidade de vida, da qualidade do sono e também ao nível da dependência destes utentes junto dos serviços de saúde.
O concelho de Vila Real tem um índice de envelhecimento de 195,3%, tendo 23,5% da sua população mais de 65 anos.
A operação “Censos Sénior 2022” da GNR sinalizou 5.353 idosos no distrito de Vila Real, o número mais alto do país. Em todo o país foram sinalizados pela Guarda 44.500 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados ou em situação de vulnerabilidade.