Pode ser o último passo para ser feita justiça. Pelo menos, esta é a convicção de Rosário Bragada, mãe de um menino de três anos, que sofre de paralisia cerebral provocada por alegada negligência de assistência médica durante o parto, ocorrido no Hospital de Mirandela.

A mulher sabe que a Inspecção-Geral de Saúde (IGS) já decidiu que vai deduzir acusação contra uma médica e uma enfermeira do Hospital por alegada assistência tardia ao parto e que teve, como consequência, lesões irreversíveis na criança.

Depois de a Inspecção ter decidido avançar com o processo por razões disciplinares, a família da criança, que apresentou queixa, juntou ao processo um parecer do perito médico-legal, Pinto da Costa, \"cuja avaliação será essencial para a sustentação da acusação\", referiu Isabel Bragada, a mãe do Gonçalo.

A queixosa referiu ao JN que ainda não foi notificada oficialmente, mas a intenção da Inspecção significa que há vontade de se fazer justiça, \"embora da parte da Inspecção-Geral de Saúde sempre tenha havido interesse, mesmo na fase de inquérito e averiguações\".

O filho de Isabel Bragada, Gonçalo ,nasceu no Hospital de Mirandela a 11 de Fevereiro de 2003, com uma paralisia cerebral de 95 % de incapacidade, o que terá acontecido \"porque a assistência médica foi deficiente durante o parto\", afirmou Isabel Bragada. A situação terá sido confirmada no parecer do médico Pinto da Costa, onde se refere que as lesões da criança poderão estar relacionadas com assistência médica tardia no período expulsivo do parto.

Segundo o médico, poderá ter sido provocada uma anóxia cerebral grave que deixou no recém-nascido uma paralisia cerebral e um grau de incapacidade permanente, tornando completamente dependente de terceiros.

O director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste, Sampaio da Veiga, não comenta o caso , enquanto não houver decisão judicial. Sampaio da Veiga lamenta o ocorrido e esclarece que o assunto não influenciará a escolha sobre a localização da sala de partos, após de concluído o estudo detalhado das condições técnicas das três unidades hospitalares.



PARTILHAR:

Escola D. Sancho II

Debate