Justificação apresentada pela concessionária não convence tribunal. Empresários estão preocupados.
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel decidiu manter a suspensão das obras no túnel do Marão, entre Amarante e Vila Real, paradas há um mês devido a uma providência cautelar interposta pela Águas do Marão, que alega que a obra vai prejudicar as nascentes de água. Os empresários locais estão preocupados.
De acordo com o jornal Repórter do Marão, as justificações apresentadas pela concessionária Auto-Estrada do Marão, liderada pela Somague, e pelo consórcio construtor, a Infratúnel não convenceram o juiz. As empresas garantem que foram cumpridos todos os procedimentos legislativos em vigor, nomeadamente os que dizem respeito ao ambiente.
\"Preocupado e apreensivo\", Manuel Coutinho, presidente da Associação Empresarial - Nervir, com sede em Vila Real, alerta que a decisão do tribunal está a atrasar a conclusão de uma via \"prioritária\" para o interior norte do País. E chama a atenção para os prejuízos que esta suspensão poderá trazer para as empresas que estão envolvidas na obra e para os trabalhadores, que poderão vir a perder os seus postos de emprego, se a situação se prolongar por mais tempo.
A Nervir defendia a construção da auto-estrada por um traçado mais a Sul, pelo Douro, resolvendo assim dois problemas: o do IP4 e o das acessibilidades das populações durienses, já que a promessa de construir o IC26 \"nunca mais se concretiza\".
A construção do túnel do Marão, o maior da Península Ibérica, dá emprego a mais de 1100 pessoas e mobiliza 88 empresas. O túnel vai ter uma extensão de 5,6 quilómetros, sendo que a nova via possuirá uma extensão total de 29,8 quilómetros e passará a ligar Amarante a Vila Real a partir de 2012. O investimento é de 350 milhões de euros, mas no total dos 30 anos de concessão irá elevar-se a 456 milhões.