Bragança e Zamora deram mais um passo na sua afirmação como \"espaço comum\" com a edição de um guia de estradas e informação turística pela Deputation Provincial de Zamora, que elaborou o documento no âmbito da comunidade de trabalho Bragança/Zamora.
Do guia fazem parte mapas detalhados das estradas quer da província de Zamora quer do distrito de Bragança, um plano dos principais núcleos urbanos - onde, em virtude dos critérios populacionais aplicados, apenas Bragança surge do lado português -, informação turística e de lazer, com referências aos monumentos, aos espaços naturais e aos museus, alternativas de alojamento, uma lista de povoações e outras informações úteis, referências sobre o artesanato e a calendarização dos principais certames que se realizam dos dois lados da fronteira.
Financiado pelo programa Interreg II, este documento representa, para o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, um \"espaço de preocupação conjunta, que pretende captar fluxos turísticos\" e \"procura soluções para problemas idênticos, ou seja, a desertificação e a falta de oportunidade económica\". \"A nossa região é atravessada por fluxos de pessoas oriundas de Espanha\", lembra o autarca, reforçando uma vez mais a \"importância\" das ligações viárias e a \"imprescindibilidade\" da duplicação do IP 4.
Interreg aquém
das expectativas
Também no âmbito da comunidade de trabalho Bragança/Zamora, uma das prioridades para Bragança é o aeródromo, cujo projecto de ampliação aguarda aprovação, igualmente ao abrigo do Interreg. Depois desta intervenção, Bragança poderá passar a receber aeronaves com capacidade de 70 a 90 lugares. Mas, para Jorge Nunes, os 60 milhões de euros do Interreg revelam-se como um \"montante baixo em relação às expectativas e principalmente em relação às carências da região\". O autarca considera que, dado terem as regiões de fronteira \"mais problemas a resolver do que outras mais desenvolvidas\", este programa \"deveria ter um papel mais amplo e disponibilizar mais verbas\".
Um projecto avançado pelo autarca, a título de exemplo, que embora com características regionais transfronteiriças não poderia ser financiado pelo Interreg, por representar um investimento de \"muitos milhões de euros\" é o parque de recreio e de lazer da Quinta da Trajinha.
A presidente da Deputation de Zamora, Pilar Alvarez, reforça também a ideia dos fluxos de gente do outro lado da fronteira, que atravessam o distrito de Bragança rumo à costa portuguesa. \"Se pudermos aproveitar para dar a conhecer a região, tanto melhor\", diz.
Quanto às estradas, Pilar Alvarez é da opinião que, \"embora não sejam a única condição para o desenvolvimento\", são \"importantes\". E quanto às auto-estradas e vias rápidas, mesmo que seja a pagar, defende que \"é melhor tê-las\". Importante neste contexto deverá ser a futura ligação da espanhola A82 (actual N122) a Quintanilha, que deverá ficar concluída até 2007.
